Noé

Um filme com temática religiosa, mas com um roteiro completamente hollywoodiano. Aqui, nós podemos esquecer aqueles tradicionais filmes com temas bíblicos e embarcar, quase que literalmente, nessa arca que nós levará por uma estória muito conhecida, mas de uma forma completamente nova.

Noé é um homem muito ligado a Deus. Um dia, ele tem uma visão na qual ele deve construir uma arca. O mundo seria destruído, porém, um casal de cada espécie dos animais existentes no planeta deveria ser salvo para que o mundo começasse do zero, sem a maldade do ser humano. Era isso em que Noé acreditava, e ele estava pronto para sacrificar o que quer que fosse para alcançar o êxito na missão a qual ele tinha sido escolhido para realizar.

Temos nessa versão da estória, um Noé severo, mas carinhoso, porém, a medida em que a arca vai ficando pronta e o fim da missão que Deus lhe passou vai se aproximando, sua personalidade se transforma. Aquela era a missão de sua vida, portanto, chega um momento do filme que é quase como se nada mais importasse, inclusive a sua família. Sua obsessão por aquilo em que ele acreditava ser o certo quase havia se transformado em uma doença, que o afastava das pessoas mais importantes de sua vida, sua mulher e seus filhos.

Temos nesse filme algo muito mais grandioso do que jamais retratado em filmes baseados em partes da bíblia. Os anjos caídos são representados por gigantes feitos de pedra, pois sua punição por ajudar os humanos seria ficar, literalmente, presos ao chão daquele mundo, com o seu brilho enterrado em rochas para todo o sempre. Uma explicação que eu achei muito bem colocada para encaixar no filme algo grandioso, sem ser completamente inexplicado. Temos então, soldados para defender a construção da arca, assim, o roteiro permite que tenhamos uma grande batalha, contra aqueles que também querem se salvar perante o dilúvio inevitável.  A cena traz uma grandiosidade a mais ao filme.

“Noé” é um filme emocionante, que consegue juntar de forma harmônica cenas de ação com a emoção já existente na narrativa original. Mesmo a grandiosidade da construção da arca, ou a grande batalha não podem competir com uma emocionante cena no final. Escolhas são sempre inevitáveis, mas, o que fazer quando sua escolha é entre o amor e aquilo em que você acredita? O filme termina com uma belíssima mensagem e o lembrete de que deveríamos cuidar melhor do mundo que temos hoje. A causa pode não ser um dilúvio, mas o fim dele pode estar próximo e nós seremos os culpados por isso.