Coluna | Livros e Lágrimas

| 06 agosto 2014 |
ATENÇÃO: Essa coluna contem spoilers das séries “Harry Potter”, “Os Instrumentos Mortais”, “As Peças Infernais” e dos livros “A Culpa é das Estrelas” e “A Menina Que Roubava Livros”. Não leia essa coluna que você não leu os livros acima e não quiser saber nenhuma informação importante.

Eu considero bons livros aqueles que de alguma forma me fazem sentir fortes emoções. Eu não preciso necessariamente terminar o livro me sentindo no paraíso. Nem sempre o autor quer que você realmente goste daquilo que aconteceu. Em alguns momentos você sente raiva, um ódio mortal por determinados personagens ou situações, porém, não consegue largar o livro nem um minuto, por mais que tenha vontade de jogá-lo pela janela, até o derradeiro fim.

E o que dizer de livros que fazem com que você tenha que interromper a sua leitura para enxugar as lágrimas que te impedem te enxergar as letras impressas no papel. Quando o sofrimento te toca tão fundo que você separa na prateleira os livros que não devem ser lidos em público. Não é muito legal uma pessoa te ver chorando e soluçando dentro de um ônibus por exemplo.

O primeiro livro que eu chorei na minha vida, foi o quinto livro da série que mais me encantou, que virou um marco em minha vida. Em “Harry Potter e a Ordem da Fênix”, podemos considerar a morte de Sirius Black simples, rápida, sem sofrimento mas, e os sentimentos daqueles que ficaram para trás? J.K. Rowling é excepcional na página seguinte. É como se todos nós estivéssemos realmente na cabeça de Harry. Todos os leitores compreenderam naquele momento tudo o que ele estava perdendo, tudo o que todos nós estávamos perdendo. As coisas que Harry pensa, tudo o que ele sente, nos toca tão profundamente que é impossível sufocar as lágrimas. Eu não tinha tido (ainda) uma experiência dessa forma. Ler e chorar com tamanha intensidade, portanto, também me espantei com a intensidade que uma pessoa podia nos tocar apenas com algumas palavras. Eu quase chorei no livro anterior, quando os pais de Cedrico conversaram com Harry após o fim do torneio tribuxo, porém, no livro seguinte, foi impossível conter as lágrimas.

Continuando em Harry Potter, o último livro da série já tinha as suas lágrimas garantidas. Acho que qualquer fã se emocionou apenas de segurar o seu livro pela primeira vez e saber que aquela seria a última primeira vez de uma série tão única. Porém, nós não esperávamos que Severo Snape morresse e ainda assim tivesse uma história tão emocionante para nos contar. Nunca houve um capítulo tão fantástico em qualquer livro que eu já tenha lido quanto “A História do Príncipe”. Tantos esclarecimentos, tantas revelações e tanta emoção são condensados em apenas algumas páginas, que a avalanche de emoções atinge o leitor de uma só vez. Eu não consigo ler esse capitulo, ou ver a sua adaptação para os cinemas, que ficou excepcional, e não me emocionar, e não sentir as lágrimas rolarem diante de tamanha emoção. E, mal os leitores se recuperaram dessas cenas, Harry caminha em direção à morte e tem um reencontro que nós nunca esperaríamos. Ver Dumbledore, alguém que sempre foi considerado tão perfeito para nós, com tamanha vulnerabilidade e também tamanho sofrimento, é a gota d’água para corações já abalados pelas páginas anteriores. Desse momento em diante, é só garantir o lenço sempre ao lado para conseguir chegar a um fim que ninguém gostaria que realmente tivesse chegado.

Eu sempre digo que “A História do Príncipe” é o melhor capitulo que eu já li em um livro. Se eu tiver que eleger um segundo lugar, ele com certeza será do epílogo do último livro da série “As Peças Infernais: Princesa Mecânica” . Cassandra Clare é outra autora que conseguiu apertar e torcer os nossos corações como ninguém. Apesar de nós sabermos que Tessa e Jem (pelo menos até aquele momento) eram imortais e que Will não viveria com eles para sempre, mostrar a sua morte de forma tão crua e verdadeira foi realmente como uma facada no coração dos leitores. Eu perdi a conta de quantas vezes tive que parar de ler aquelas páginas apenas para lavar os olhos, voltar a conseguir distinguir algumas letras, para que logo em seguida elas estivessem todas embaçadas novamente. É muito sofrimento perder alguém querido, e um sofrimento maior ainda para alguém que terá que conviver com essa dor para sempre. É impossível não se envolver tanto a ponto de não se colocar no lugar desses personagens e sentir a sua dor, e sofrer imensamente com isso.

É impossível falar de livros que nos fizeram chorar e não citar o famoso romance de John Green: “A Culpa é das Estrelas”. Quando você começa a ler o livro, sabe que é uma história de uma pessoa que tem câncer. Você já pensa que provavelmente essa pessoa irá morrer e que será muito triste, porém, a partir do momento que o autor coloca a doença em segundo plano, e cria uma história de amor, luta e coragem em primeiro lugar, o sofrimento vai atingir o leitor com ainda mais força. Nós sabemos sobre o câncer de Hazel e Guz, mas, muito além disso, nós conhecemos Hazel e Guz. Suas vidas, suas paixões, conhecemos cada um individualmente, além de termos a oportunidade de vê-los construir sua história de amor. É algo verdadeiro e lindo de se ler, portanto, quando a doença volta a exigir a sua atenção como protagonista da história, o seu envolvimento já é tão grande que as lágrimas vão te acompanhar até o fim.

“A Menina Que Roubava Livros” é outro livro que eu não consigo ler sem precisar parar por alguns momentos para respirar e continuar minha leitura no final. Liesel já passou por tantos sofrimentos, teve uma vida tão difícil que é impossível achar que algo de pior possa acontecer, então, quando acontece, é como se o leitor desabasse juntamente com o seu mundo. A cena de um beijo tão aguardado, pode ter um gosto muito amargo para o leitor quando é regado a tantas lágrimas.

Além desses livros citados acima, vários outros ao menos fizeram meus olhos encherem de lágrimas, se não as fizeram rolar. “O Caçador de Pipas”, “Cidade do Sol” e “Se Eu Ficar” são alguns exemplos. Tem livros que nos emocionam. Tem outros que nos desidratam, esses, com certeza, estarão em nossos corações para sempre.

Você costuma chorar com frequência lendo? Nos conte, qual livro até hoje mais te emocionou? Você consegue se envolver com um livro a ponto de realmente sentir a dor do personagem e de expressar dessa forma essa dor?


Queremos saber a sua opinião :D

6 comentários:

  1. HP
    Instrumentos mortais
    Acede!!!
    DIVOOOSSSS

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  2. Meu Deus você escreve tão bem, poderia escrever um livro ein?! kkkk Você falou tudo o que eu senti lendo Harry Potter e a Ordem da Fênix, quando eu li que o Sirius morre eu fiquei tipo '' isso mesmo aconteceu?'' só depois me caiu a ficha e eu chorei demais.. E no último livro da série foi choro do começo ao fim. E sim, com certeza “A História do Príncipe” é o melhor capitulo que eu já li em um livro''. Eu não conseguia parar de chorar lendo esse capítulo, nunca chorei tanto na minha vida, me marcou pra sempre. Os outros livros que você citou eu achei tristes mas eu não chorei, porque acho que com os personagens da série Harry Potter eu já tinha um apego, enfim amei demais tudo o que você escreveu. Parabéns! :)

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    1. Que lindo seu comentário Edmere!!! Muito obrigada pelo carinho <3
      Harry Potter também é muito especial para mim. Eu não citei na coluna, mas hoje em dia, quando leio o primeiro capítulo da Pedra Filosofal, choro por causa da morte do Tiago e da Lilian. Tudo o que envolve HP me emociona... Sempre :D

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  3. Nossa confesso que os meus olhos encheram d'águas ao ler esse texto rsrsrs você citou dois livros que quebrarão meu coração e depois se juntaram de tanta emoção Acede e princesa mecânica esses dois livros são minhas referências !!

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    1. É bem difícil ler livros assim, mas é maravilhoso quando encontramos livros que nos tocam tanto :D
      Obrigada!

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