ATENÇÃO: Essa coluna contem spoilers das séries “Harry
Potter”, “Os Instrumentos Mortais”, “As Peças Infernais” e dos livros “A Culpa
é das Estrelas” e “A Menina Que Roubava Livros”. Não leia essa coluna que você
não leu os livros acima e não quiser saber nenhuma informação importante.
Eu considero bons livros aqueles que de alguma forma me
fazem sentir fortes emoções. Eu não preciso necessariamente terminar o livro me
sentindo no paraíso. Nem sempre o autor quer que você realmente goste daquilo
que aconteceu. Em alguns momentos você sente raiva, um ódio mortal por
determinados personagens ou situações, porém, não consegue largar o livro nem
um minuto, por mais que tenha vontade de jogá-lo pela janela, até o derradeiro
fim.
E o que dizer de livros que fazem com que você tenha que
interromper a sua leitura para enxugar as lágrimas que te impedem te enxergar
as letras impressas no papel. Quando o sofrimento te toca tão fundo que você
separa na prateleira os livros que não devem ser lidos em público. Não é muito
legal uma pessoa te ver chorando e soluçando dentro de um ônibus por exemplo.
O primeiro livro que eu chorei na minha vida, foi o quinto
livro da série que mais me encantou, que virou um marco em minha vida. Em “Harry
Potter e a Ordem da Fênix”, podemos considerar a morte de Sirius Black simples,
rápida, sem sofrimento mas, e os sentimentos daqueles que ficaram para trás?
J.K. Rowling é excepcional na página seguinte. É como se todos nós estivéssemos
realmente na cabeça de Harry. Todos os leitores compreenderam naquele momento
tudo o que ele estava perdendo, tudo o que todos nós estávamos perdendo. As
coisas que Harry pensa, tudo o que ele sente, nos toca tão profundamente que é
impossível sufocar as lágrimas. Eu não tinha tido (ainda) uma experiência dessa
forma. Ler e chorar com tamanha intensidade, portanto, também me espantei com a
intensidade que uma pessoa podia nos tocar apenas com algumas palavras. Eu
quase chorei no livro anterior, quando os pais de Cedrico conversaram com Harry
após o fim do torneio tribuxo, porém, no livro seguinte, foi impossível conter
as lágrimas.
Continuando em Harry Potter, o último livro da série já
tinha as suas lágrimas garantidas. Acho que qualquer fã se emocionou apenas de
segurar o seu livro pela primeira vez e saber que aquela seria a última
primeira vez de uma série tão única. Porém, nós não esperávamos que Severo
Snape morresse e ainda assim tivesse uma história tão emocionante para nos
contar. Nunca houve um capítulo tão fantástico em qualquer livro que eu já
tenha lido quanto “A História do Príncipe”. Tantos esclarecimentos, tantas
revelações e tanta emoção são condensados em apenas algumas páginas, que a
avalanche de emoções atinge o leitor de uma só vez. Eu não consigo ler esse
capitulo, ou ver a sua adaptação para os cinemas, que ficou excepcional, e não
me emocionar, e não sentir as lágrimas rolarem diante de tamanha emoção. E, mal
os leitores se recuperaram dessas cenas, Harry caminha em direção à morte e tem
um reencontro que nós nunca esperaríamos. Ver Dumbledore, alguém que sempre foi
considerado tão perfeito para nós, com tamanha vulnerabilidade e também tamanho
sofrimento, é a gota d’água para corações já abalados pelas páginas anteriores.
Desse momento em diante, é só garantir o lenço sempre ao lado para conseguir
chegar a um fim que ninguém gostaria que realmente tivesse chegado.
Eu sempre digo que “A História do Príncipe” é o melhor
capitulo que eu já li em um livro. Se eu tiver que eleger um segundo lugar, ele
com certeza será do epílogo do último livro da série “As Peças Infernais:
Princesa Mecânica” . Cassandra Clare é outra autora que conseguiu apertar e
torcer os nossos corações como ninguém. Apesar de nós sabermos que Tessa e Jem
(pelo menos até aquele momento) eram imortais e que Will não viveria com eles
para sempre, mostrar a sua morte de forma tão crua e verdadeira foi realmente
como uma facada no coração dos leitores. Eu perdi a conta de quantas vezes tive
que parar de ler aquelas páginas apenas para lavar os olhos, voltar a conseguir
distinguir algumas letras, para que logo em seguida elas estivessem todas
embaçadas novamente. É muito sofrimento perder alguém querido, e um sofrimento
maior ainda para alguém que terá que conviver com essa dor para sempre. É
impossível não se envolver tanto a ponto de não se colocar no lugar desses
personagens e sentir a sua dor, e sofrer imensamente com isso.
É impossível falar de livros que nos fizeram chorar e não citar
o famoso romance de John Green: “A Culpa é das Estrelas”. Quando você começa a
ler o livro, sabe que é uma história de uma pessoa que tem câncer. Você já
pensa que provavelmente essa pessoa irá morrer e que será muito triste, porém,
a partir do momento que o autor coloca a doença em segundo plano, e cria uma
história de amor, luta e coragem em primeiro lugar, o sofrimento vai atingir o
leitor com ainda mais força. Nós sabemos sobre o câncer de Hazel e Guz, mas,
muito além disso, nós conhecemos Hazel e Guz. Suas vidas, suas paixões,
conhecemos cada um individualmente, além de termos a oportunidade de vê-los
construir sua história de amor. É algo verdadeiro e lindo de se ler, portanto,
quando a doença volta a exigir a sua atenção como protagonista da história, o
seu envolvimento já é tão grande que as lágrimas vão te acompanhar até o fim.
“A Menina Que Roubava Livros” é outro livro que eu não
consigo ler sem precisar parar por alguns momentos para respirar e continuar
minha leitura no final. Liesel já passou por tantos sofrimentos, teve uma vida
tão difícil que é impossível achar que algo de pior possa acontecer, então,
quando acontece, é como se o leitor desabasse juntamente com o seu mundo. A
cena de um beijo tão aguardado, pode ter um gosto muito amargo para o leitor
quando é regado a tantas lágrimas.
Além desses livros citados acima, vários outros ao menos
fizeram meus olhos encherem de lágrimas, se não as fizeram rolar. “O Caçador de
Pipas”, “Cidade do Sol” e “Se Eu Ficar” são alguns exemplos. Tem livros que nos
emocionam. Tem outros que nos desidratam, esses, com certeza, estarão em nossos
corações para sempre.
Você costuma chorar com frequência lendo? Nos conte, qual livro
até hoje mais te emocionou? Você consegue se envolver com um livro a ponto de
realmente sentir a dor do personagem e de expressar dessa forma essa dor?
Queremos saber a sua opinião :D
HP
ResponderExcluirInstrumentos mortais
Acede!!!
DIVOOOSSSS
\o/
ExcluirMeu Deus você escreve tão bem, poderia escrever um livro ein?! kkkk Você falou tudo o que eu senti lendo Harry Potter e a Ordem da Fênix, quando eu li que o Sirius morre eu fiquei tipo '' isso mesmo aconteceu?'' só depois me caiu a ficha e eu chorei demais.. E no último livro da série foi choro do começo ao fim. E sim, com certeza “A História do Príncipe” é o melhor capitulo que eu já li em um livro''. Eu não conseguia parar de chorar lendo esse capítulo, nunca chorei tanto na minha vida, me marcou pra sempre. Os outros livros que você citou eu achei tristes mas eu não chorei, porque acho que com os personagens da série Harry Potter eu já tinha um apego, enfim amei demais tudo o que você escreveu. Parabéns! :)
ResponderExcluirQue lindo seu comentário Edmere!!! Muito obrigada pelo carinho <3
ExcluirHarry Potter também é muito especial para mim. Eu não citei na coluna, mas hoje em dia, quando leio o primeiro capítulo da Pedra Filosofal, choro por causa da morte do Tiago e da Lilian. Tudo o que envolve HP me emociona... Sempre :D
Nossa confesso que os meus olhos encheram d'águas ao ler esse texto rsrsrs você citou dois livros que quebrarão meu coração e depois se juntaram de tanta emoção Acede e princesa mecânica esses dois livros são minhas referências !!
ResponderExcluirÉ bem difícil ler livros assim, mas é maravilhoso quando encontramos livros que nos tocam tanto :D
ExcluirObrigada!