Recentemente, Cassandra Clare foi questionada por um fã
sobre seu novo livro: O Desafio de Ferro, primeiro livro da série Magisterium.
Essa nova série tem como tema um garoto que irá para uma escola de magia.
Parece familiar? Ao ser questionada sobre essa familiaridade com a série Harry
Potter, Cassandra Clare respondeu:
“Livros de
Escolas/academias/campos/universidades de magia têm existido desde sempre no
gênero da fantasia. Aqui está uma lista bem incompleta de 54 deles. Harry
Potter é de longe a mais famosa - Percy Jackson provavelmente ocupa o segundo
lugar no momento. Livros de escolas de magia realmente têm um gênero próprio, e
todos os livros/filmes/seriados de tv que sejam sobre esse assunto têm suas
similaridades. Essas similaridades são o que criam “um gênero.” (O gênero de
distopia descreve uma fantasia ou ficção científica onde o
governo/sociedade são ruins ou corruptos. Se não fossem maus ou corruptos, isso
mudaria o gênero do livro, que não seria mais uma distopia)”.
Foi muito interessante essa fala da autora para nos fazer
questionar um pouco os livros/gêneros que nós lemos e a originalidade que
existe hoje em dia.
Creio que com tantos livros, tantas histórias e autores,
seja completamente impossível encontrarmos uma narrativa 100% original, algo em
que nem um detalhe nunca tenha sido contato, então, como podemos continuar a
ler e nos interessar por esses livros?
Vamos começar pelo gênero que é o sucesso do momento:
Distopias. Governos desiguais, que comandam seus países de maneira totalmente autoritária
e o seu povo sofre com a opressão e a falta de escolhas. Como é possível um
tema conseguir se estender por tantas séries tendo o mesmo ponto de partida?
Por mais que tenham a mesma premissa, cada uma das séries distópicas
do momento tem as suas singularidades e cada uma delas toma um caminho
totalmente independente que nos faz apreciar a narrativa. Por exemplo, em Jogos
Vorazes temos uma protagonista que sua única intenção era salvar a vida de sua
irmã, ela nunca quis ser a líder de uma revolução, mas, o tempo todo pensando
naqueles em que ela amava, a protagonista seguiu em frente e aceitou o seu
destino. Já em Divergente, a protagonista queria mudar a sua própria existência,
ser capaz de fazer as suas próprias escolhas, decidir o seu próprio destino.
São duas situações bem diferentes, mas que as colocou por um momento em situações
semelhantes, para que depois cada uma trilhasse o seu próprio destino, de forma
bem individual.
Falando de livros
mais românticos, podemos falar de autor que consegue construir histórias muito
parecidas, ao mesmo tempo muito diferentes. Podemos resumir os livros de
Nickolas Sparks da seguinte forma: Um homem e uma mulher se conhecem, se
apaixonam, passam por alguma dificuldade e terminam juntos. Se você for
analisar criticamente, os livros tem uma estrutura bem parecida, porém, o autor
consegue criar personagens e situações bem elaboradas que prendem o leitor do
começo ao fim do livro, mesmo já tendo lido vários livros com os mesmos
aspectos.
Outro autor que trabalha dessa forma é Dan Brown. Com livros
muito inteligentes, com fatos impressionantes e com finais sempre
surpreendentes, mas estruturados todos da mesma forma. Os livros dele são muito
bons, cada cena é sempre de tirar o fôlego, porém, particularmente, eu acho que
os livros acabam ficando meio cansativos após alguns exemplares. As histórias
são realmente fascinantes, mas estruturadas quase que milimetricamente da mesma
forma. É como se você já soubesse tudo como vai acontecer, mesmo sem realmente
saber nada, mesmo antes de ler o livro.
Nos dias de hoje, é impossível termos uma história
totalmente original. Os gêneros existem para que nós possamos encontrar com
mais facilidade livros que provavelmente irão nos agradar, porém, muitas vezes
encontramos enredos muito parecidos, da mesma forma em que encontramos outros
que, se não são totalmente originais, conseguem nos prender pela criatividade
da narrativa.
Acho que esse é exatamente o ponto. Reinventar o que já existe.
Trabalhar com histórias já conhecidas e moldá-las em torno da sua própria narrativa,
até que as semelhanças fiquem quase imperceptíveis. E, com certeza, tem muitos
autores fazendo isso muito bem.
Nós queremos saber qual é a sua opinião. Nos deixe um
comentário sobre o assunto :D
Concordo em numero, gênero e grau (risos), realmente é quase impossível encontrar algo original, sempre que leio um livro de alguma forma lembro de outro, mas acho estranho quando alguém reclama das semelhanças, pois assim que um livro que busca redesenhar algum estilo é lançado ele é cravado de criticas, um exemplo, devo dizer primeiro que critico muito também, é a série Crepúsculo que reformulou as histórias de vampiros e lobisomens, a autora trouxe uma nova visão para esse mundo sobrenatural, e por mais que tenha agradado muitos foi criticada pelo mesmo numero de adoradores. Houve uma reformulação de gênero e tema e mesmo assim não agradou, é claro que a obra dela não é completamente original, romances entre humanos e vampiros existem aos montes, porém o que importa é que as pessoas reclamam das semelhanças, mas reclamam ainda mais quando há divergências entre o novo e sua zona de conforto.
ResponderExcluirJulielton Souza - Dialética Proposital
Exatamente. Se formos sempre buscar algo completamente original, podemos parar de ler. Pode surgir, um dia, uma obra que alcance esse patamar, mas acho quase impossível. Mas isso não é necessariamente ruim, todos gostamos de encontrar coisas "novas", mas também de estar um um terreno familiar. E assim vamos lendo e lendo... :D
ExcluirEu acho que em toda história vamos achar que e parecida com outra,mas cada autor vai criar seu universo com uma originalidade dele,não importa se os outros dizem que copiou de outro autor,as vezes pode ate ter sido,mas outras sairam parecidas quase sem o autor perceber mas sempre tera as diferenças e são elas que nos fazem querer conhecer mais sobre aquela história,cada um tem seu genero ou autor preferido,e acho que todos devem respeitar os outros pois eles se esforçam tanto para criar mundos onde nos leitores escapamos um pouco da nossa realidade.
ResponderExcluirBjs
Adorei Larissa! Concordo 100% com você :D
ExcluirBeijos!!!