Cinquenta Tons de Cinza

Após fazer uma entrevista com o enigmático Christian Grey, a inocente Anastasia Steele não imaginaria que aquele homem a levaria ao limite de suas emoções, lhe apresentando um mundo onde a dor e o prazer caminham lado a lado. Um homem pelo qual ela iria se apaixonar, mas que não estava interessado em algo simples como o amor. Uma relação diferente de tudo o que ela poderia imaginar, e que ela não tinha certeza se estava disposta a fazer parte daquilo, não com os termos impostos por ele.

Sempre quando vamos ao cinema assistir a adaptação de um livro, esperamos que ele seja o mais fiel possível a obra original, porém, essa é sempre uma tarefa complicada se analisarmos o tamanho dos livros adaptados. Em “Cinquenta Tons de Cinza” temos dois fatores que, com certeza, foram decisivos para que o filme fizesse jus ao livro. A primeira questão, é que essa é uma das primeiras adaptações, de acordo com o que foi divulgado na imprensa, em que a autora tinha total liberdade para com as decisões tomadas no filme. Eu sempre achei que se os autores se envolvessem mais nas adaptações a qualidade seria muito superior, e é realmente o que acontece. O segundo fator se deve ao fato de que, apesar desse ser um livro longo, grande parte das cenas são bem similares, em certos momentos do livro chega a ser cansativo ler tantas cenas de sexo dos protagonistas, portanto, grande parte dessas cenas puderam ser cortadas sem trazer um real prejuízo a narrativa. Creio que isso tenha até melhorado o desenvolvimento da história.

Dakota Johnson, atriz que interpreta a protagonista, se encaixou muito bem no papel. Creio que esse tenha sido um personagem que exija muita coragem de uma atriz. A forma como ela teve que se expor para dar vida as cenas mais picantes criadas pela autora, não é exatamente confortável, nem para quem está assistindo, portanto, deve ter sido bem difícil. É ela soube equilibrar bem a inocência e o desejo que a personagem sente durante todo o filme.

Jamie Dornan, com certeza, está tendo um dos maiores desafios de sua carreira. Interpretar um personagem tão idealizado pela mentalidade feminina é um desafio e tanto, e creio que ele esteja ainda caminhando para encontrar realmente o Sr. Grey dentro de si. Em algumas cenas ele é perfeito, de arrancar suspiros das ávidas espectadoras, em outros, ele perde um pouco toda a aquela força e confiança que nós conhecemos tão bem durante o primeiro livro. O personagem realmente começa a mostrar mais sua vulnerabilidade do segundo livro em diante, portanto, creio que nos próximos filmes ele seja um Grey ainda melhor que no primeiro.

“Cinquenta Tons de Cinza” é um filme que vai agradar aos fãs do livro que, como eu, se interessaram pela história de Anastasia e Christian como um todo, aqueles fãs que acham que muitas cenas de sexo do livro foram desnecessárias e que gostariam de ver mais os personagens principais interagindo de forma menos física. Cada pessoa tem sua opinião, mas eu adorava por exemplo, durante minha leitura, os e-mails trocados entre ambos (vários deles muito bem colocados no filme), onde eles conseguiam expor seus verdadeiros sentimentos, o que eles realmente pensavam sobre aquele relacionamento. Gosto de como essa parte foi retratada no filme, e espero que o segundo explore ainda mais os seus sentimentos e aflições, principalmente os do Sr. Grey. Todas sempre queremos saber mais sobre ele :D