A Mais Pura Verdade

Mark tem 12 anos. Um dia foge de casa levando uma mochila, uma câmera fotográfica antiga e, o mais importante, seu cachorro Beau. O resto fica para trás. Mark possui um objetivo claro: escalar o Monte Rainier, mesmo que seja a última coisa que ele faça. O motivo disso tudo é que Mark está doente e não é uma doença qualquer, ele tem câncer e odeia essa palavra.

Mark passa por diversas dificuldades pelo caminho, como conseguir chegar de trem até Seattle ser assaltado e levar uma surra. Assim acaba perdendo quase todo o dinheiro que possuía. A sorte é que a passagem de ônibus já havia sido comprada.

Ele é ajudado também de formas diversas para chegar a seu objetivo. Como as senhoras do restaurante que o ajudam lhe dando comida e acesso ao telefone. A menininha que conversa com ele no ônibus. E o mais importante o senhor que lhe dar carona para conseguir chegar ao pé do monte.

O senhor acaba por reconhecer Mark, pois em diversos noticiários é divulgado o desaparecimento do garoto e há uma linda conversa sobre o certo e errado entre eles. Afinal na situação em que o homem se encontra ele precisa decidir se ajuda Mark, o que pode levá-lo a morte ou se avisa onde o menino está. E nenhuma das duas opções é de fácil escolha.

Finalmente quando Mark chega à montanha, percebemos que o objetivo dele é chegar à montanha e não necessariamente voltar. Essa é a maneira como ele decidiu morrer. Pois essa é a única decisão que pertence somente a ele. A escalada não é fácil, pois a nevasca está grande, o que dificulta tudo no caminho.

Beau é um caso a parte. Ele é o cachorro perfeito. E com a sua lealdade nos leva a cenas emocionantes, principalmente na parte final. Ele mostra como os cachorros realmente são os melhores amigos dos homens. 

Em muitos momentos nos sentimos divididos entre torcer a favor ou contra Mark, pois você deseja que ele consiga chegar à montanha e ao mesmo tempo deseja que alguém o reconheça e chame a polícia para que ele volte para casa.

Gostei muito da contagem regressiva que é mostrada no inicio dos capítulos. Literalmente é a quantidade de quilômetros que faltam até o Monte Rainier, mas simbolicamente para mim seria como a contagem regressiva para o fim da vida de Mark.

A mais pura verdade é um livro lindo e emocionante. Ele nos mostra de uma maneira simples e bonita alguns conceitos profundos da vida, como lidar com a morte que parece bater a sua porta, a lealdade de uma amizade, a sensação de solidão e a parte mais importante para mim, a vontade de lutar.

Essa é a vontade que deve seguir com qualquer pessoa na vida para obter o que ela quiser.  Inclusive lutar pela vida, não importa o quão difícil ela esteja.