Supernova: O Encantador de Flechas

Acigam é uma cidade totalmente fechada para o mundo exterior. Dentro dela vivem magos, pessoas com a capacidade de manipular as energias que vivem escondidos por serem caçados por um governo completamente tirano, que só pensa em aniquilar aqueles que se dedicam a tal ciência. Leran é neto de um grande mago e está aprendendo com o seu avô como controlar as energias. Porém, o garoto jamais imaginou que o ataque do governo seria implacável, que seus inimigos não teriam misericórdia e que objetivos obscuros fariam com que ele fosse uma das peças principais de uma grande guerra.

Leran é um personagem muito interessante, a primeira pessoa que nós realmente conhecemos ao começar a narrativa. O protagonista, narrador da maior parte do livro, começa passando para os leitores que é uma coisa normal usar magia, que o governo está errado em usar guerreiros altamente treinados para acabar com suas vidas e que ele não tem escolha ao se juntar a elite dos magos, que estão juntos para treinarem e para aprimorarem suas técnicas para se defenderem. A primeira parte do livro é interessante, porém, não fez com que eu realmente me apaixonasse pela história. Isso mudou completamente da segunda parte em diante.

Quando nós conhecemos todos os fatos, quando percebemos que não existem vilões e mocinhos, que existem apenas pessoas, com ideais e motivações distintas, que lutam por aquilo que elas acreditam, independentemente daquilo ser algo realmente bom ou ruim, é quando o livro fica fantástico, te prende até a última página.

Além de Leran, temos outra personagem muito importante, e que vai surpreender qualquer leitor que se aventurar por essas páginas. Narradora de uma das partes do livro (a parte mais reveladora, devo acrescentar), Judra aparece desde a primeira parte, mas realmente não conseguiu me convencer de que ela realmente era necessária, além de ser um interesse romântico, meio que obrigatório, para o protagonista. Eu não poderia estar mais enganada. Sua participação é crucial, sua história é de tirar o fôlego, e, depois de sua narrativa, ninguém continua lendo essa história com os mesmos olhos.

Antes mesmo de receber esse livro, já me interessei pela história. Amo fantasia e estava preparada para conhecer, e talvez até gostar, desse mundo novo criado pelo escritor Renan Carvalho, porém, foi uma surpresa muito mais gratificante do que eu poderia imaginar ler esse livro. O autor criou uma história e conseguiu contá-la de forma a realmente segurar o leitor por aquelas páginas. Não vejo diferença alguma aqui na qualidade da escrita e da história criada que deixe algo a desejar a qualquer fantasia internacional. Só posso dizer que esse livro me envolveu e me deixou ansiosa pelo próximo como poucos. “O Encantador de Flechas” fez com que eu me apaixonasse por esse mundo e seus personagens, agora, espero que “A Estrela dos Mortos” continue pelo mesmo caminho.