Certa vez, eu li uma entrevista de J.K. Rowling (autora da
série Harry Potter) em que ela falava um pouco sobre “a jornada do herói” e
como era mais satisfatório para os leitores que o herói chegasse sozinho ao fim
de sua jornada. Bom, eu não concordo necessariamente com isso, na verdade, os
meus heróis chegarem sozinhos aos seus destinos, já me causou muito sofrimento.
Tudo bem, talvez, inconscientemente, para nós leitores, o
ápice, o clímax, aquele momento crucial, seja muito mais tenso, dramático, e
por consequência, mais marcante, se o herói conseguiu se superar e não precisa
mais de ajuda, ele encontrou sozinho o seu destino, mas geralmente é muito
triste a forma como os escritores decidem fazer com que nossos heróis terminem
essa jornada.
Vamos começar então por Harry Potter. Em um determinado
momento da série, ficou muito claro que apenas Harry poderia derrotar
Voldemort, que estava em seu destino que isso fosse feito. Mas, não havia uma
forma dele chegar ao seu destino sem estraçalhar os nossos corações mantando
aqueles que, de alguma forma, lhe protegeram em um determinado momento. Os pais
do protagonista foram as primeiras vítimas da jornada do herói. Eles já estão
mortos nas primeiras páginas, nem tiveram a chance de aparecerem vivos na série,
a não ser em lembranças. Depois, as duas vítimas em que mais sofremos, aqueles
que tiveram um papel realmente de mentores na vida do Harry, quase como pais.
Sirius e Dumbledore, duas mortes que nós lemos e sofremos imensamente.
Justificadas por essa tal de jornada do herói, que deveria se chamar “como
destruir o coração de um leitor em algumas páginas”.
Outra autora que leva muito a sério acabar com qualquer
pessoa que tenha a “função” de proteger o seu herói, é a autora da série
“Divergente”. Precisava mesmo matar os pais da protagonista no primeiro livro? Não
podia ter deixado pelo menos um dos dois vivos, para que a vida daquela família
não fosse completamente destruída? Talvez esse seja um fato mais necessário
para a história e para os escritores do que para satisfação do leitor em si.
Em “Jogos Vorazes” também temos um exemplo claro disso.
Katniss tinha uma boa família, por mais que os leitores mal podem ter
vislumbres de momentos anteriores a morte do pai da protagonista. Ela perdeu o
pai, para seguir sozinha em sua jornada, para não depender de ninguém. A mãe,
nesse caso, pôde continuar viva, pelo menos seu corpo continuou a se mexer,
pois ela se distanciou o suficiente para que pudesse ser considerada morta. O
que também funciona muito bem nessa questão do herói ter que seguir sozinho.
O que vocês acham? Essa “jornada do herói” é realmente mais
satisfatória para os leitores? Personagens que nós amamos, enlouquecidamente,
quase como se eles existissem, sendo descartados da história porque o herói
precisa seguir sozinho, é realmente necessário?
Queremos saber a sua opinião :D
Concordo com você, Jana! Eu prefiro mil vezes que o herói tenha um apoio no final de sua jornada, e também já sofri por isso não acontecer em Divergente e outros livros.
ResponderExcluirAmei a coluna! Bjs <3
Isso parte os nossos corações, né?
ExcluirObrigada pelo comentário <3