Caminhando lado a lado com um personagem

Em quantos momentos ficcionais nós conhecemos personagens, os vimos crescer e amadurecer em suas ações, em seus pensamentos e fisicamente, com o passar dos anos. Será que nos sentimos mais ligados com personagens e histórias onde o tempo passa, assim como no nosso mundo? Personagens que nós encontramos crianças e quase nos sentimos orgulhosos de vê-los crescer e, mesmo de uma forma indireta, fazendo parte das nossas vidas.

Assistindo recentemente o último filme do anime “Naruto” senti um pouco dessa sensação. Comecei a acompanhar a história de um pequeno ninja, nada mais do que uma criança, que queria ser a pessoa mais importante de sua vila, há muitos anos. Ao reencontrá-lo nos cinemas, já quase um homem adulto, começando realmente a entender os seus sentimentos, me senti como uma mãe orgulhosa que viu o seu bebê crescer e virar uma pessoa maravilhosa.

Fica bem difícil se lembrar que aquilo é uma história de ficção, que aqueles personagens não existem no nosso mundo com tamanha conexão. Como uma pessoa real, você poder acompanhar o crescimento, o desenvolvimento de um personagem, ver ele aprender com seus erros, sofrer, amar e crescer, assim como em nossas vidas, é algo impossível de se passar em branco.

Outro anime que lidou muito bem com essa questão de crescimento foi “Dragon Ball”. Conhecemos nosso protagonista, Goku, também uma criança. Claro que, depois de acompanhar centenas de episódios, ver o personagem crescer, construir a sua própria família, ter filhos e até uma neta, é impossível não criar uma relação realmente profunda, não se entristecer em ver personagens tão marcantes envelhecendo. Se a vida imita a arte, a arte também imita a vida. Pessoas não são eternas e personagens também podem ter que lidar com os mesmos problemas.

Passando para a literatura, não posso deixar de falar de um bruxinho maravilhoso que viveu durante toda a sua infância em um armário em baixo da escada dos tios, sendo maltratado pela sua família e que, mesmo assim, virou um homem maravilhoso que encheu de orgulho cada fã que se aventurou por aquelas páginas. “Harry Potter” é um grande exemplo de como podemos criar uma relação com um personagem ao vê-lo crescer, conhecer novas pessoas, encontrar sua coragem e se tornar alguém decente, indo contra tudo aquilo que ele viveu durante a sua infância. Impossível não se emocionar com o seu sucesso e o seu caráter.

Eu acho simplesmente fantástico esse tipo de histórias. É realmente único encontrar com um personagem na infância e assisti-lo crescer, ganhar o mundo, se tornar alguém realmente digno da nossa admiração. Me emociona de verdade, como se eles existissem realmente no nosso mundo, acompanhar essas jornadas fantásticas. É algo quase inexplicável esse sentimento.