Escrevendo um Livro (Parte 3) – Livro pronto! Será?

Livro terminado! Não há sensação mais prazerosa do que digitar o último ponto final. Aquela história que você acompanhou, desenvolveu e fez com que cada pedacinho fosse passado da sua mente para o papel finalmente está pronta para ser lida por outras pessoas. É claro que ela deve estar perfeita, exatamente como você imaginou, mas não custa ler novamente, apenas para corrigir uma coisinha ou outra. Será?

Depois de terminar um primeiro livro, tenho certeza que todos aprendemos que o último ponto final não é exatamente o fim da sua fase de escrita, muito pelo contrário. Reler tudo o que você escreveu se torna um trabalho ainda mais importante do que a primeira fase da escrita. Um livro é um processo árduo, que demora meses para ser completado, portanto, é normal você esquecer algumas das coisas que escreveu no começo, se perder um pouco entre uma cena e outra, ou apenas por querer modificar cenas que já estavam “perfeitas”.

Terminar um livro é quase um exercício de autocontrole. Não sei com vocês, mas eu tive que me impor algumas metas, até onde eu iria reler e modificar o que eu tinha escrito, porque é praticamente impossível parar de querer modificar o texto, parar de ter novas ideias e parar de querer incrementar a sua história.

Cada releitura era como um mundo novo de possibilidades se abrindo a minha frente. Cada vez que eu passava por aquelas páginas era como se eu conhecesse mais e mais os meus personagens e, é claro, tivesse a vontade de passar todas aquelas novas informações para o papel, o que é basicamente impossível.

Eu acredito que a releitura de um livro “terminado” seja um processo de importância incalculável e que demanda muito tempo. Não adianta ler várias vezes seguidas sem que sua mente possa se libertar um pouco daquela história. Você tem que dar um tempo, ler outros livros, e entrar novamente de cabeça no seu mundo. Ler, reler, reler e reler. Não importa quantas vezes, você sempre vai modificar algo, inserir novas informações, depois voltar e apagar tudo aquilo que você tinha feito, porque, afinal de contas, sempre queremos que a nossa história esteja o mais próximo possível da perfeição, o que é uma meta quase impossível. Não sei se alguém consegue ler, uma vez que seja, o seu próprio livro e não fazer uma alteração, por menor que ela seja.

Eu começo a achar que um “Livro Pronto” seja apenas um mito que realmente não exista. Você sempre vai achar que ele pode ser melhorado, então, é importante impor algumas metas para você mesmo, senão, uma única vida será muito pouco tempo para escrever um único livro.