Escrevendo um Livro (Parte 4) - A Saga de Enviar para Editoras

O seu livro finalmente está pronto. Você já leu e releu várias vezes, modificou trechos que já estavam prontos, reescreveu praticamente o livro do começo ao fim, agora é hora de apresentar ao mundo o seu trabalho. As editoras praticamente farão fila para publicar a sua história... Só que não.

Terminar de escrever um livro é uma conquista sem tamanho, porém, não acredito que exista alguém que escreva um livro e não queira publicá-lo, não queira que as pessoas conheçam o seu trabalho, mas é muito desafiador e, muitas vezes, desestimulante o que os novos autores encontram pelo seu caminho.

Só quem já enviou um livro para uma editora sabe o quanto é angustiante esperar por uma resposta. Você fica com aquela expectativa, esperando alguém bater a sua porta com um contrato de uma grande editora, mas a realidade é bem distante disso.

Para começo de conversa, enviar livros para avaliação, principalmente avaliação de grandes editoras, que eu tenho certeza, é onde todos começam, é um exercício de paciência. Só pela minha experiência, passei 2 anos apenas esperando por respostas. Como eu li na internet que era de bom tom esperar a recusa de uma editora, para assim mandar seu original para a próxima (não que eu hoje concorde com isso), no processo de enviar meu original para apenas 4 editoras, passaram-se 2 anos.

Após esse tempo, eu parei para analisar e decidi que não enviaria mais nenhum original. Os gastos para imprimir um livro tão longo, encadernar e enviar pelo correio, mais o tempo de espera, não valeriam apenas para esperar a recusa que eu provavelmente receberia.

Não que meu livro não seja bom, acima de tudo, um autor tem que acreditar no potencial de sua própria criação, porém editoras nacionais de grande porte simplesmente não publicam livros nacionais de autores desconhecidos. Parando para fazer uma análise, apenas autores que fizeram sucesso de forma independente, ou começando em editoras pequenas, aqueles que já provaram que tem um público fiel que irão adquirir os seus livros, são publicados por grandes editoras.

Não que eu esteja criticando essas editoras, no lugar delas, qualquer um faria a mesma coisa. Dentre dezenas ou centenas de originais recebidos, não há razão alguma para publicar um autor desconhecido, sem garantia alguma de sucesso, ao invés de publicar um autor internacional que esteja fazendo muito sucesso, ou mesmo um nacional que já conseguiu conquistar uma grande quantidade de leitores de forma independente. Dessa forma, autores iniciantes continuarão recebendo recusas como resposta, e terão que descobrir novas formas de realizar esse sonho.

Depois de encarar esses dois anos de espera e acompanhar como o mercado de livros nacionais está se desenvolvendo, como novos autores estão conseguindo seu lugar ao sol, também decidi partir para a publicação independente, mas isso será o assunto da coluna da próxima semana...