Dama da Meia-Noite

Emma nunca acreditou que Sebastian havia sido o responsável pelo assassinato de seus pais. Quando outros corpos começam a aparecer, com as mesmas características, ela imaginou que aquele era o momento que havia esperando por tanto tempo. Finalmente teria a sua vingança. Com o envolvimento das fadas, e a possibilidade do retorno de Mark Blackthorn, Julian também lutaria com todas as suas forças para solucionar esse mistério. Julian e Emma sempre lutariam um ao lado do outro, um pelo outro, não importa o que acontecesse, porém, esse sentimento não poderia ir longe demais. Ou poderia?

Depois de nove livros no universo dos caçadores de sombras (fora os livros extras), já não é mais nenhuma surpresa encontrar um livro fantástico quando assinado por Cassandra Clare. O primeiro livro da série “Os Artifícios das Trevas”, traz novos protagonistas em um mundo que nós já estamos familiarizados, porém, a autora, com toda a sua maestria, não nos deixaria começar esse livro sem conhecer, e estarmos apaixonados, por esses personagens.

No último livro da série “Os Instrumentos Mortais”, tanto Emma quanto Julian nos são apresentados com um destaque muito especial. É impossível não se envolver com a dor daquelas crianças, com o amor que havia entre eles e com o tamanho de suas perdas. Alguns anos depois, começamos esse livro já apaixonados por essa família tão especial.

O ponto de partida da narrativa é o aparecimento de corpos e a descoberta de algo parecido com uma seita que faria com que Emma finalmente tivesse uma pista verdadeira de quem matou os seus pais, e Julian tivesse a oportunidade de finalmente ter o seu irmão de volta. Emma cresceu e se tornou alguém talvez tão impetuosa quanto Jace, e que tinha realmente uma obsessão em encontrar o responsável pela morte de seus pais. Julian, que não tinha idade, mas teve que assumir seus irmãos como um pai, possuía mais segredos do que alguém poderia suportar sem desmoronar.

É exatamente nesse ponto que nos emocionamos com a sua relação parabatai, o quanto eles se completam, o quanto um suporta os problemas do outro, mesmo até sem conhece-los. Apesar de Jace e Alec serem parabatais, só na série “As Peças Infernais” que nós realmente compreendemos a dimensão e a importância dessa ligação. Agora, além dessa importância ser tão exaltada quanto, temos o empecilho de que parabatais não podem ficar juntos como um casal, não podem se apaixonar, é a lei. A ligação de Emma e Julian vai além de uma ligação fraterna. Eles cresceram juntos, passaram por provações quando eram apenas crianças, e só suportaram porque estavam juntos. Viraram parabatais para permanecerem juntos, mas é exatamente a maior ligação que dois caçadores de sombras podem ter que os impede de ficarem juntos. É impossível não sofrer juntamente com eles, porque, todos sabemos: A lei é dura, mas é a lei.

Amei cada personagem que aparece nesse livro. Os integrantes da família Blackthorn: Julian, tão novo, mas já com tanta responsabilidade por toda a sua família. Seus irmãos mais novos, cada um com o seu jeito fantástico. Mark que tentava se ajustar novamente a sua família com quem ele não convivia há tanto tempo. Temos também outros moradores do instituto, e um novo cargo de caçadores de sombras deveras interessante. Sem falar das aparições de personagens que conhecemos muito bem e de uma revelação gigantesca no final (não me recuperei até agora).

“Dama da Meia-Noite” faz jus a todos os livros do universo dos caçadores de sombras. Personagens fantásticos, uma história genial e muita fantasia. São mais de 500 páginas onde você vai mergulhar nesse mundo e não querer mais sair de lá. Agora, só nos resta esperar pelo próximo livro. Não me importaria que esse tivesse o dobro de páginas, só para que não acabasse tão rápido.