Muitos meses se passaram desde que Darrow fora capturado. Até a mais forte das mentes sucumbiria a tanto tempo de tortura. Nas mãos do Chacal, ele acreditava que morreria sem ver a luz do sol novamente, que a soberana tivesse vencido, que tudo pelo qual ele havia lutado tinha sido em vão.
Todos acreditavam que Darrow estivesse morto. O Chacal fez
questão de assassinar alguém, fingindo ser o Ceifeiro de Marte, para que
servisse de exemplo para os outros Ouros e fizesse com que os Filhos de Ares
desistissem de encontrá-lo. Sevro, que havia assumido o lugar de seu pai na
liderança dos Filhos, nunca acreditou nessa história. Através dele, muitos
ficaram sabendo a real história de Darrow, tudo o que ele havia passado para se
tornar um Ouro.
Quando eles finalmente conseguem resgatar o melhor
mergulhador do inferno que Marte já viu, Darrow se tornou uma lenda entre todos
aqueles que sofriam com a escravidão, mas o Ceifeiro havia sofrido demais nas
mãos do irmão de Mustang para continuar sendo o mesmo homem que era antes de
ser capturado. Ele precisava encontrar forças dentro de si para voltar a ser
esse homem, a única pessoa que poderia unir os baixa e média Cores contra a
sociedade, o único que poderia trazer a verdadeira paz, através da igualdade.
Mas, para que isso acontecesse, milhões precisariam morrer, precisariam se
sacrificar, em nome da guerra.
Em “Fúria Vermelha” somos apresentados a esse mundo
distorcido que os Ouros criaram com a intensão de sempre mostrarem e garantirem
o seu poder. Se uma escola poderia ser violenta daquela maneira, imagine o
mundo real? “Filho Dourado” rompe alianças consideradas inatingíveis, amigos se
tornam traidores, perdas irreparáveis acontecem e tudo parece estar perdido.
“Estrela da Manhã” chega como um balsamo de esperança, regado também por muitas
cenas de horror, momentos que parecem sem escapatória e um dos melhores, senão
o melhor, final de uma trilogia de todos os tempos.
Ainda não recuperei o fôlego, mas meu coração já entendeu o
que talvez minha mente ainda não tenha conseguido assimilar: “Red Rising” é uma
das séries mais fantásticas e surpreendentes que eu já tive a oportunidade de
ler.
Pierce Brown sabe como ninguém escrever sobre uma guerra.
Ele conduziu com a maestria de um regente das palavras cada página. Um mocinho,
por mais que suas intensões sejam nobres, não pode vencer uma guerra. O protagonista
flerta com o seu lado antagonista. Se muitas de suas ações podem ser
questionáveis do ponto de vista ético e moral, elas são compreensíveis do ponto
de vista da guerra. Ele não mede esforços para conseguir aquilo que deseja, ele
não fraqueja na hora de fazer o que é necessário, mesmo que muitas vidas sejam
perdidas, se isso for salvar o futuro que Eo desejou para os seus filhos.
A vingança não conduz mais as escolhas de Darrow, e sim o
futuro que ele pode construir. Mas nem isso faz com que suas escolhas não sejam
frias ou calculistas, mesmo que ele saiba que cada uma daquelas mortes irá lhe
assombrar até o último dos seus dias.
Eo, que foi o início de toda uma revolução, a esperança de
todos aqueles que veem em seu sacrifício a força que eles necessitam para
romperem as correntes, é totalmente desmistificada nesse livro. Não para
aqueles que lutam pelo seu sonho, mas para o primeiro que fez isso. É incrível
como o autor coloca Darrow percebendo o quanto o sonho de sua mulher era
pequeno, o quanto ela era completamente ingênua perante tudo o que eles
realmente tinham que fazer e o quanto o Ceifeiro se sentia distante do homem
que a amou um dia.
Estamos no meio de uma guerra e o leitor sabe que mortes
irão acontecer, mas nem por isso você está mais preparado para nenhuma delas.
Tamanho sofrimento, muitas vezes regados a traços de crueldade, só nos faz
perceber o quanto o autor conseguiu com que nós nos conectássemos com cada
personagem, que criássemos um vínculo de amor indescritível, mesmo com
aqueles que pareciam ter escolhido o lado errado, lembrando que, em uma guerra,
lado certo ou errado, nada mais é do que um ponto de vista.
Como em nenhum dos livros anteriores, as pessoas ao redor de
Darrow fizeram toda a diferença. Ninguém faz uma guerra e conquista nada
sozinho, mas estar cercado pelos melhores e mais fiéis amigos que alguém
poderia ter e por pessoas imprevisíveis, que poderiam acabar com todos a
qualquer momento, era como caminhar sobre o fio de uma navalha, a angústia
presente a cada esquina.
Em geral, livros tem como estrutura básica uma introdução,
desenvolvimento e um clímax para marcar o final da história. Pierce Brown, em
um livro com mais de 600 páginas, conseguiu fazem com que, do começo ao fim,
parecesse ser o final do livro. É como se tivéssemos, um clímax, outro clímax,
um novo clímax... infinitamente. Sem nenhum momento para descanso ou respiro
para o protagonista, muito menos para o leitor, que passa cada página com o
coração na mão.
O livro inteiro é tenso e angustiante, mas o final quase fez
meu coração sair pela boca. Uma sequência de sentimentos me fizeram odiar e
amar o autor a cada reviravolta. Mas também somos recompensados com a
esperança. A esperança no amor, na família e na vida que segue.
Terminei o livro às duas da manhã sem o menor sono,
extasiada demais após ler um livro tão incrível, fantástico, surreal,
impossível de defini-lo com apenas um adjetivo, ou encontrar um na nossa língua
que possa passar o sentimento do que foi viver essa experiência. Acho que só é possível
realmente definir algo lendo esse livro, mas essa definição surgirá dentro do
seu coração, com aquele sentimento único de ter lido algo que irá marcar você
para sempre.
Nossa é uma ação total em torno do livro todo e prestar atenção em todos os detalhes é de livro assim que eu gosto e me prende, ainda não li o livro mas ainda vou ler. Obrigada pela dica de livro!!!!
ResponderExcluirEspero que você também se apaixone por essa série :D
ExcluirBeijos!!!
Esse livro..., eu quero e to apaixonada para ler rapidinho porque não aguento a agonia essa capa maravilhosa realmente dos poucos livros que eu fico louquinha para comprar esse ta na minha lista!!! Abraços.
ResponderExcluirEsse livro derrubou todas as minhas estruturas. É muita perfeição para um livro só *o*
ExcluirDepois me conte o que achou.
Beijos!!!
É difícil chegar ao final desse livro sem ama-lo completamente. Do inicio ao fim dessa história, me emocionei, fiquei feliz, triste, pulei, gritei... Transferir muitos sentimentos para essa leitura e valeu cada momento. Agora é esperar para ver o que o autor tem para nós daqui para frente <3
ResponderExcluirFalou tudo, Francisco :D
ExcluirFoi uma honra ler algo tão fantástico quando "Red Rising". Mal posso esperar pelas próximas aventuras de Pierce Brown.
Beijos!!!