A Estrela

Um  universo onde o mundo muda a todo momento. Um lugar onde, se os limites seguros não forem respeitados, você poderá se perder para sempre. Duas pessoas completamente diferentes, mas com o mesmo desejo: encontrar uma forma de salvar o mundo da completa destruição.

Lan era apenas uma garota Sálvia. Ela havia perdido o pai há muito tempo quando a quietude foi rompida e as partículas venenosas o alcançaram, por isso vivia apenas com sua mãe. Quando os Errantes aparecem, homens sem nome, que não podiam ser tocados e os únicos capazes de viajar em segurança, fora dos limites seguros, com notícias de que a ruptura estava aumentando e que o Linde ficaria cada vez em uma situação pior, os habitantes da Sálvia, mesmo dentro dos limites seguros, são pegos desprevenidos por mais uma ruptura. Lan consegue escapar, mas fica completamente sozinha. Quando pensou que não tinha mais esperanças, que iria morrer em meio ao deserto, foi salva pela última pessoa que ela gostaria de ver no mundo.

Nenhum Errante tem nome, portanto, o “menino” salva Lan de um destino muito cruel. Eles haviam se desentendido, por causa de um acidente. Enquanto ele tentava salvar a sua vida, tocou nela acidentalmente, o que era completamente proibido e causou muita dor a garota. Agora, eles tinham que seguir viagem juntos, tentando não se matar no meio do caminho, devido aos perigos e a inimizade que existia entre eles, para salvar o que restava do mundo que eles conheciam.

Não tinha ouvido falar desse livro, mas achei muito criativa a forma como os autores, Javi Araguz e Isabel Hierro, desenvolveram a narrativa. Por vários momentos achei que a história não terminaria no primeiro livro. Eram tantos fatos, informações e personagens, que não acreditava ser possível resolver tudo naquelas poucas páginas, mas os autores conseguiram finalizar bem a história, de forma um pouco triste e chocante, mas de forma coerente com tudo o que eles tinham apresentado.

A protagonista dessa história, como muitas outras, é uma garota comum que é jogada em meio a algo grandioso. Lan se vê sozinha e descobre muito mais do que qualquer pessoa que não seja um Errante sabe sobre o mundo. Dessa foram, ela acaba que sendo compelida e ir em busca de uma salvação, ou então, não existiria um único lugar no mundo para se viver.

O menino é um Errante. Ele fazia parte de um povo amaldiçoado. Eles, devido a um grande segredo, podiam caminhar livremente por todo o Linde, mas não podiam tocar em ninguém, sem correr o risco de causar a morte da pessoa. Não posso negar que amei o personagem. Alguém inconformado com os segredos que seu povo escondia e com a conformidade com que eles encaravam tudo de ruim que estava acontecendo, como se não houvesse forma alguma de reparar tudo aquilo. Juntamos isso ao seu jeito insolente, mas cuidadoso quando necessário, temos aqui paixão garantida.

“A Estrela” é uma distopia bem interessante. Para quem gosta do tema, e prefere livros únicos a séries, essa pode ser uma opção de leitura agradável. Os autores conseguiram criar um mundo muito hostil, que prende o leitor ao querer desvendar o desfecho dessa história.