Autora: Cecelia Ahern
Editora: Novo Conceito
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Uma sociedade onde as suas imperfeições podem ser sua ruína.
Não concordar com o sistema pode te tornar um excluído. Celestine descobriu
isso na própria pele, literalmente. Uma menina que sempre foi perfeita como
filha, aluna, irmã, namorada, e que agora carregava em seu corpo as marcas de
alguém que não deveria ser respeitado, que viveria eternamente as margens da
sociedade, apenas pelo fato de ter se levantando para defender alguém que
também fora considerado imperfeito.
Saindo um pouco da linha dos romances adocicados, Cecelia
Ahern provou que é uma grande autora também em outros gêneros. Sua estreia em
um universo distópico nos rendeu uma leitura incrível e promissora para outros
livros.
A protagonista, Celestine, sempre viveu, e aceitou,
perfeitamente a sociedade em que ela nasceu. Como namorada do filho do
principal juiz que comandava as regras sobre ser perfeito, e julgava aqueles que
não as obedeciam, ela tinha plena certeza de que o mundo em que ela vivia
estava correto e que os imperfeitos deveriam ser marcados para não me misturar
aqueles que realmente eram perfeitos.
Após uma vizinha ser levada com a acusação de ser
imperfeita, Celestine começa a questionar todo aquele sistema e seu mundo
desmorona completamente quando ela resolve ajudar um homem idoso em um ônibus,
que estava em pé e passando mal. Não seria nada demais, se aquilo não fosse um
crime, pois era terminantemente proibido ajudar um imperfeito.
A autora soube como colocar uma personagem no papel central
da sua história, mas criar uma série de filamentos para que a nossa atenção
fosse atraída para outros personagens com pensamentos e objetivos muito
distintos. Chega a ser angustiante acompanhar a vida de Celestine como uma
imperfeita, com tantas pessoas a sua volta, cada uma tentando alcançar suas
metas a usando, da forma que fosse, para chegar a um determinado fim.
Esse livro trata claramente sobre preconceitos, como
pensamentos diferentes não são bem aceitos e sobre como um julgamento errôneo,
ou por motivos pessoais, pode destruir a vida de alguém. Ser perfeito, nessa
narrativa, não significa se destacar, mas se misturar entre os demais. Se
destacar demais pode te tornar um alvo promissor a ser punido para servir de
exemplo.
Temos nessa narrativa um prenuncio muito interessante de um
romance que pode vir a se desenvolver nos outros livros. Apesar de um dos
elementos desse casal pouco aparecer na obra, é impossível que ele passe
despercebido, ou que não seja marcante. Além disso, temos o namorado de Celestine,
o perfeito filho do juiz, alguém que não temos certeza sobre os seus
sentimentos ou se ele aceitaria ter uma imperfeita ao seu lado e sofrer as consequências.
“Imperfeitos” é um livro fantástico, com uma protagonista
que consegue nos mostrar vários olhares desse mundo onde ser perfeito não é uma
escolha. Espero que o próximo livro nos mostre ainda mais profundamente aqueles
que estão no poder, suas reais intenções e o quanto os imperfeitos podem lutar
para voltarem aos seus lugares de direito. Mal posso esperar!
Olá Jana! Estou doida pra ler esse livro, gosto muito da escrita da Cecelia Ahern e curto muito uma distopia, essa sua resenha me deixou ainda mais curiosa em conferi isso tudo que foi dito aqui, essa série promete hem.
ResponderExcluirBjs
Confesso que quase não li distopias. Talvez por esse motivo não tenha adquirido esse livro recentemente. Já que estava por um preço bem convidativo.:)
ResponderExcluirLendo a sua resenha,me parece que os personagens preconceituosos,acreditam que ser "perfeito", é exatamente o contrário... Tem que ser "imperfeito" para sobreviver nesse mundo.
Será que já estamos vivendo em uma sociedade bem parecida?
Acho que sim...🤔