A Estrela da Meia-Noite

| 09 janeiro 2019 |

Autora: Marie Lu
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Livros anteriores: Jovens de Elite | Sociedade da Rosa

Adelina atingiu seu maior objetivo. Agora ela é Rainha de Kenettra. Nem ao menos sua irmã está ao seu lado para lhe dar ordens, muito menos Enzo, que fugiu com os punhais. Tudo deveria ser perfeito, se suas ilusões não estivessem fora de controle, a levando a loucura. A cada novo Reino que ela conquistava, mais sozinha se sentia. As vozes em sua mente a torturavam cada dia mais, porém, ela não era a única Jovem de Elite com seus poderes a afetando de forma irreversível.

A Febre do Sangue, jovens marcados com poderes surreais, mortos sendo trazidos de volta à vida... nunca esse mundo esteve tão próximo ao mundo dos Deuses, nunca os Deuses quiseram tanto de volta algo que eles haviam despejado no mundo. Por mais que parecesse impossível, Adelina e sua sociedade da Rosa deveriam se unir a Rainha Beldaína e aos punhais, seguirem em direção a morada dos Deuses, para que seus poderes não os destruíssem completamente, e o resto do mundo com eles.

Quando li a série "Legend", da autora Marie Lu, me apaixonei perdidamente por sua escrita, a forma como ela trazia seus personagens para as páginas, nos impactando com suas histórias, além de uma narrativa fora de série. Fiquei tão apaixonada e encantada que nunca imaginaria que a autora seria capaz de escrever uma história ainda mais arrebatadora, cruel e intensa em vários sentidos, mas que me fizesse ansiar ainda mais por aqueles personagens e suas histórias. Mas a série "Jovens de Elite" provou que isso é completamente possível, e que Marie Lu é uma autora incrível como poucas.

No último livro da série, estamos ainda mais ligados a Adelina que nos primeiros livros. Isso é uma inversão tão grande de valores, que chega a ser assustador. Adelina não é uma mocinha de bom coração, ela é uma vilã cruel, que não perde a oportunidade de sobrepujar seus "inimigos". Porém, acompanhamos a sua trajetória, sabemos o quanto ela foi maltratada, traída e abandonada em sua vida, e não conseguimos odiar ou deixar de entender completamente suas atitudes. Muitas vezes, nos revoltamos com suas escolhas, mas seus pensamentos são sempre tão sombrios, sempre voltam para uma época em que ela não tinha poder algum, sempre a mercê de todos, que, mesmo que inconscientemente, simpatizamos com sua causa, e justificamos seus atos vis.

A reviravolta nesse livro é impressionante. Enquanto no primeiro livro da série, Adelina tem todos os seus pensamentos românticos voltados para Enzo, ele é um pilar para ela (e para todos nós), agora a protagonista tem ao seu lado alguém com bem menos fogo e raiva no coração. Magiano é a luz que Adelina precisava em sua vida, a alegria e leveza que ela nunca pôde ter ao lado de ninguém.

É inquietante perceber o quanto a autora conseguiu fazer com que nos apaixonássemos por Enzo no primeiro livro e mal lembrássemos de sua existência na conclusão da trilogia. Mesmo suas participações, pequenas e impactantes, não nos trazem aquele personagem tão forte e poderoso do começo. Ser trazido de volta à vida nos fez ter um personagem vazio, sem toda a vida e paixão que pulsava no príncipe, o que também nos distância de tudo aquilo que sentíamos e de todo o sofrimento e choque causado por sua morte.

Ver Adelina junto aos punhais, agora seus inimigos, seus sentimentos conflituosos - o poder que ela agora possuía e a saudade que sentia de seus antigos companheiros -, e o quanto estar novamente ao lado de sua irmã traziam sentimentos que ela não julgava capaz de sentir, atitudes que ela não julgava capaz de ter. É como uma regeneração, sem realmente se regenerar. É como perdoar os outros, e a si mesma, sem realmente perdoar, é como saber que nunca encontraria a felicidade de forma verdadeira, não sem fazer pelo menos uma coisa realmente certa no final.

"A Estrela da Meia-Noite" é uma conclusão épica e inesquecível. Apesar de muito triste, também esperançosa. Gostaria de saber se algumas histórias são reais, porém, talvez ter a esperança de que tudo tenha terminado com uma luz no fim do túnel seja a melhor forma de concluir uma narrativa como nunca antes vista.

5 comentários:

  1. Oi, Jana
    Ainda não li nada da autora e acompanhei a trilogia por resenhas.
    Ninguém é de todo bom ou mau, Adelina ficou assim por tudo o que aconteceu com ela ao longo da trilogia.
    Mais do que nunca preciso ler essa trilogia para saber de tudo, principalmente esse final épico.
    Beijos

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  2. Como é bom ,sentir toda essa emoção ao concluir uma leitura! Mesmo que não tenha sido um final "certinho" do jeito que a gente sempre espera.
    Acho que talvez por esse motivo,a história tenha te emocionado ainda mais.
    Eu ainda não li nenhum dos livros. E confesso que se tivesse lido a sinopse do primeiro livro, talvez não tivesse interesse.
    Mas ao ler a sua resenha,me senti contagiada com a história da Adelina,que não é a mocinha que estamos acostumados.

    Espero ter a oportunidade de conhecer a série,e poder me sentir assim também.:D


    Bjs.

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  3. Olá Jana! Ainda não li nenhum livro da série Jovens de Elite, parece ser excelente mesmo, que bom que você gostou da conclusão, agora fiquei bastante curiosa em conferi isso tudo.
    Bjs

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  4. Jana!
    Não li nenhum dos livros da série ainda.
    Bem, mesmo que a sociedade não aceite o que é feito por Adelina e que ela não é tão boa quanto se imagina, tem a perda da irmã que ela não sabe onde anda e deve mexer com ela.
    Gosto desse lance de poderes.
    Entendo que a explicação seja um pouco mirabolante e não dá para engolir, mas acredito que aí está a mudança total do enredo e a lógica anterior, é um tanto desafiante, não?
    cheirinhos
    Rudy

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  5. Ainda não li essa trilogia, mas já está na minha lista de desejos. Fiquei bastante curioso sobre nessa inversão de valores que acontece. Espero sentir tudo isso quando ler o último livro.

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