BRILHO

| 03 março 2019 |

Editora: Geração Jovem


Eles eram a única esperança para que o ser humano não fosse extinto. Duas naves foram lançadas no espaço, com ideologias muito distintas, mas o mesmo propósito: perpetuar a vida na nova Terra. As naves não deveriam se encontrar no espaço, mas, quando a New Horizon ataca a Empyrean e leva todas as garotas pequenas e as em período fértil, mata a maioria dos adultos e danifica criticamente a nave, uma guerra estava declarada e ambos os lados pareciam possuir intenções misteriosas e egoístas.

Essa narrativa começa como uma obra de ficção científica, talvez um tanto quanto distópica, mas impossível de prever o quão longe a autora, Amy Kathleen Ryan, irá nos levar em suas páginas. Estou sem palavras para descrever como algo aparentemente tão simples pode se tornar tão complexo e impactar a cada cena.

Waverly é uma jovem que vivia com sua mãe e namorava Kieran, o preferido do capitão, seu provável sucessor. Waverly sabia que deveria ter filhos, que essa era sua principal função, no entanto, quando Kieran lhe pede em casamento, ela tinha dúvidas se era mesmo aquele o futuro que ela almejava. Mal sabia a garota que sua nave seria atacada, e ela, junto com todas as outras meninas, levadas para um "novo lar". Na New Horizon, as mulheres não conseguiam ter filhos e contavam com as meninas da Empyrean para perpetuarem a espécie e suas ideologias.

Enquanto isso, a Empyrean estava sem nenhum adulto, apenas com os garotos para tentarem salvar seus pais, suas amigas, namoradas e irmãs, além de terem que manter a nave em perfeito funcionamento. Kieran assume a liderança, porém, Seth, com raiva pela perda de seu pai, e por todos os erros cometidos por Kieran, resolve tomar o comando, mas não de forma pacífica.

Uma história incrível, devido aos seus personagens tão bem desenvolvidos. A autora nos coloca em várias tramas, ocorrendo ao mesmo tempo, em ambientes completamente diferentes, mas que vão convergir em um mesmo, e incrível, desfecho.

Na New Horizon, é revoltante ver como a "líder" da nave lida com as meninas, suas mentiras e falso moralismo. É impossível não ser invadido por um sentimento intenso de raiva ao presenciar uma personagem tão manipuladora, que reverte os fatos a seu favor, ludibria a todos ao seu redor e coloca a protagonista, e suas companheiras, em uma situação revoltante, absurdamente sem justificativa, ao tirar qualquer poder de escolha que elas pudessem ter, as obrigando a ajudá-los a realizarem aquilo que eles mais desejam, sem se importar com aquelas que estavam sendo usadas para esse fim.

Ao mesmo tempo, na Empyrean, temos dois garotos lutando pelo poder, cada um à sua maneira, porém, impossível de se decidir quem seria um melhor líder, quem realmente faria as escolhas corretas. Nunca fiquei tão indecisa tanto na questão amorosa, quanto na questão de liderança. É complicado decidir quem seria perfeito para a protagonista e para aquele cargo, mas, acredito que isso se deva ao fato de ambos serem tão imperfeitos e usarem de artifícios errados para alcançarem um fim.

"Brilho" é um livro cheio de agonia e tensão. Estou até agora devastada por tudo o que li nessas páginas, mas apaixonada pela escrita da autora Amy Kathleen Ryan. Vou correr para ler o próximo livro e me impactar ainda mais com esse universo que me encheu de sentimentos tão controversos.

Um comentário:

  1. Olá Jana.
    Esse livro parece contar uma história muito diferente dos livros que costumo ler. E gostei!
    Quando em sua resenha, você nos conta, que no início do livro,"a narrativa começa com uma história de ficção científica", fiquei um pouquinho desanimada, já que não sou tão ligada assim neste gênero. Mas no decorrer da resenha,fui gostando do que estava lendo.

    Quem sabe eu ainda leia?
    Espero que sim!

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