Autora: Amy Kathleen Ryan
Editora: Geração Jovem
Livro anterior: Brilho
As garotas retornaram a Empyrean, mas nada seria como antes.
Sem nenhum adulto a bordo, os jovens têm o dever de manter a nave funcionando,
permanecerem unidos e sem conflitos. Porém, Kieran é um líder tão falho quanto
Seth era, e Waverly sabia que ele estava seguindo pelo mesmo caminho tortuoso,
egoísta e sombrio daquela outra nave. A que havia a violentado de tantas
maneiras.
Seth consegue fugir de sua prisão, não fazia ideia de como,
mas não perderia aquela oportunidade, principalmente quando ele sabia que havia
um inimigo à solta na nave, com intensões obscuras, mas que não poderiam ser
boas para nenhum dos sobreviventes.
Kieran, com sede pelo poder recém adquirido, não aceitava
ouvir nada, nem a ninguém. Sua prioridade nem parecia mais resgatar os pais presos
nas mãos de Anne Mather, e isso começava a fazer com que sua autoridade perante
as outras crianças começasse a vacilar, oportunidade aproveitada por Waverly,
que não poderia ficar de fora das decisões, principalmente depois de ter visto
tamanha atrocidade em uma nave que havia tomado tanto dela e de todas as
garotas que foram sequestradas.
Não achei que fosse possível ficar ainda mais revoltada do
que fiquei lendo o primeiro livro, mas a autora, Amy Kathleen Ryan, não ficou
satisfeita em fazer os protagonistas sofrerem tanto no primeiro livro da série
e elevou a palavra sofrimento a outro nível.
É muito revoltante acompanhar muitas das provações pelas
quais os personagens principais são submetidos. São tantas injustiças, uma luta
cega e egoísta pelo poder, que todos os personagens mudaram imensamente desde
"Brilho", mas não de uma forma positiva. Tive vontade de chorar em
muitas cenas, muito mais de raiva do que de tristeza, porque foi cruel
acompanhar tantos personagens lutando pelos seus objetivos, lutando pelo o que
eles achavam que era certo, mas de formas completamente erradas, violentas,
autoritárias ou cruéis.
No trio principal da narrativa não restam mocinhos
realmente. Claro que Anne Mather, comandante da New Horizon, continua sendo a
pior, mais perversa e manipuladora personagem apresentada, mas não é possível
ver os protagonistas com os mesmos olhos do primeiro livro, o que torna tudo
tão genial e incrível.
Eles são tão falhos, tão humanos, cometendo erros atrás de
erros pela sua juventude, decisões impulsivas ou por acharem que tudo aquilo
que eles pensam seja o certo. Não temos realmente ninguém para escolher para comandar
a Empire de forma justa, o que é fenomenal, quando sabemos que os três
formariam um time incrível, caso não quisessem se matar a cada momento.
Em todo o livro, os protagonistas lutam contra uma ameaça
quase invisível, até terem que realmente voltar a lidar com o seu pior inimigo,
alguém muito mais preparado e experiente, momento em que minha raiva foi a
níveis extremos. Sabe aqueles personagens que é impossível não odiar? Anne
Mather se supera a cada livro. Quando Waverly tem em sua mente pensamentos
terríveis do que poderia acontecer com a pastora, é impossível não concordar
com ela.
A mulher representa exatamente o pior tipo de vilão, aquele
que nunca coloca todas as cartas na mesa, lhe dá um sorriso enquanto lhe
esfaqueia pelas costas. Não se importa com a opinião alheia, mas faz questão de
manipular todos ao seu redor para que seus objetivos sejam bem-sucedidos. Se é
possível detestar um personagem com todas as suas forças, Anne Mather é o alvo
perfeito.
O final de "Centelha" acabou com todas as minhas
estruturas. Estou até agora como os personagens, no espaço, sem ter uma terra
firme para colocar meus pés. Estou completamente apaixonada por essa autora.
Uma história que me despertou emoções fascinantes, e me deixou enlouquecida
para saber o final de algo tão surpreendente.
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