Quem dera que tudo fosse apenas ficção. Seria um filme
incrível, se não nos lembrássemos a todo momento que um monstro como aquele
realmente existiu, com toda sua crueldade e falta de humanidade.
Quem não conhece a história do famoso serial killer
americano, pode ficar em dúvida durante boa parte do filme se ele era realmente
o culpado pelo assassinato brutal de tantas mulheres. Assim como outros
psicopatas, ele era um homem amoroso e apaixonado em casa. Liz Kendall, a
mulher com quem ele morava, jamais suspeitaria que o homem que era como um pai
para a sua filha, que a tratava tão bem, fosse um monstro fora de casa.
Estudante de direito, Ted passou anos negando seus crimes.
Se considerando inocente em todos os momentos, chegou até a dispensar os
advogados que o aconselharam a confessar as atrocidades para evitar a pena de
morte.
Assumindo sua própria defesa, ele nunca deixou de tentar
fazer todos acreditarem em sua inocência, mesmo com tantas evidências provando
o contrário. Em quase todos os momentos, ele manteve seu carisma e jovialidade,
muitas vezes até brincando e agindo com sarcasmo perante o tribunal, o que só
prova a frieza e a forma doentia com que uma pessoa capaz de atos tão cruéis
pode agir.
Impossível não se compadecer com a dor de Liz. Receber um
homem em sua casa, alguém que sua filha chamava de pai, e amá-lo
incondicionalmente, para, anos depois, descobrir que estava dormindo com um
mostro. A versão de Ted que Liz tinha no dia a dia era muito diferente da sua
"outra vida". É totalmente compreensível o quanto ela se sentiu
ferida e magoada, mas, principalmente assustada, pensando no que poderia ter
acontecido com ela e a filha, que elas poderiam ter tido o mesmo destino das
vítimas de Ted.
"Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal", como
filme, é algo realmente incrível. Um roteiro digno de Oscar. Porém, é uma
narrativa tensa e pesada. Algo que deve ser assistido, mas não fará você sair do
cinema se sentindo bem, principalmente após ver a verdadeira e cínica face do assassino
da vida real.
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