Autor: Felipe Castilho
Editora: Intrínseca
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Uma Deusa sem falhas, surgida da união de outros Deuses para guiar as criaturas pelo último lugar habitável do planeta. A última chance que os seres vivos teriam de provar o seu amor a Deusa Una e tentar conquistar o seu perdão. Porém, nem todos os Filhos da Degradação concordavam com aquela era de escravidão, ou mesmo com uma semiliberdade. Nem todos acreditavam nas histórias contadas pela Deusa. Alguns acreditavam que ela deveria ser derrubada, para que uma nova era finalmente tivesse início.
O ano era 2017. Todos sabem o quanto o auditório Cinemark em uma CCXP é concorrido devido a tantos painéis incríveis, principalmente o da Marvel, que sempre acontece nesse dia. Por mais que tenha chegado cedo ao São Paulo Expo, não consegui minha senha para entrar no auditório no começo do dia, então, quando os portões de abriram, corri desesperadamente para a fila, para tentar um lugar naquele dia no auditório. Foram horas e mais horas aguardando, finalmente, pela minha grandiosa entrada (que, infelizmente, não foi antes do fim do painel da Marvel), porém, essas horas foram desenhadas na minha mente pela ilustração gigante de divulgação do livro dessa resenha. Devo confessar que, ao finalmente ler essa história, foi como se retornassem todas as sensações fantásticas daquele dia (mesmo muitas horas na fila), com a certeza de ter em mãos uma das histórias fantásticas mais incríveis que eu já tive a oportunidade de ler.
O começo do livro foi um tanto confuso. Mas, quantas boas histórias de fantasia não começam em meio à confusão de tantos nomes e lugares e personagens e outras tantas coisas até inomináveis para alguém que não embarcou nessa aventura? A minha primeira leitura dos capítulos iniciais de "Guerra dos Tronos" me fez sentir da mesma maneira, e todos sabemos o quão grandiosa é essa narrativa.
Em "Filhos da Degradação", conhecemos a história de um jovem humano escravizado, Aelian, que perdeu o pai muito cedo em um Festival da Morte, onde o mesmo só desejava conseguir uma semiliberdade para o filho. Temos Yanisha, uma kaorshs, que desejava a queda da grande Deusa, para que finalmente as coisas começassem a mudar naquele lugar sombrio. E, para finalizar, temos o anão Harun, um dos Tenentes da Deusa Una, mas que também não concordava com a vida que a sua soberana obrigava todos os seus servos a viverem diariamente.
Como narrativa de fantasia, essa é uma das melhores obras que eu já tive a oportunidade de ler. O autor, Felipe Castilho, escreveu mais de 400 páginas de um mundo novo, incrível, com personagens que são tão fantásticos quanto humanos, que vão nos fazer rir e chorar com a mesma intensidade. Um universo impecável, tão bem construído que, enquanto você está lendo, é quase impossível escapar daqueles muros, assim como os protagonistas.
Porém, apesar de toda a incrível fantasia criada para compor o livro, não tem como não vibrar e surtar com a parte destinada a revolta dos personagens principais contra os desmandos da Deusa, ou, ainda melhor, e mais incrível, contra tudo o que há por trás da soberana que controla Untherak. Descobrir os segredos que o autor guarda, a cada página, é como desbravar ainda mais um mundo tão complexo, tão repleto de camadas, mas que até a última página ainda tem muito a nos mostrar.
Você ama fantasia? Ação? Aventura? Histórias repletas de elementos novos, criados com perfeição, muito detalhadas e com uma nova descoberta a cada capítulo? Então, você encontrou a história certa.
"Ordem Vermelha - Filhos da Degradação" é um livro simplesmente genial. Porém, após ler um epílogo que, não só nos coloca em um momento completamente diferente do final da narrativa, mas também explode os nossos cérebros com a situação em que os personagens se encontram, eu não entendo como ainda não temos uma continuação. Se eu estou desesperada, imagino quem leu em 2017...
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