Autora: Holly Black
Editora: Galera Record
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Livros anteriores: O Príncipe Cruel | O Rei Perverso
Exilada do Reino das Fadas, Jude encontra sua chance de
retornar a Elfhame quando sua irmã, Taryn, a visita no mundo dos mortais
pedindo a sua ajuda. Mortais podem mentir, mas não quando encantados por feéricos,
e a irmã gêmea de Jude não pode confessar que matou o marido e sofrer as
consequências, principalmente agora que esperava um filho.
Jude, ainda com a magia de proteção de Dain funcionando,
volta para o Reino das Fadas para passar pelo julgamento no lugar de sua irmã
gêmea, porém, o Grande Rei de Elfhame conhecia sua esposa bem demais para ser
enganado. Jude se sentia traída por Cardan, que a exilou, porém, o Rei parecia
feliz com o seu retorno, mas eles não tiveram muito tempo.
Para salvar "Taryn", o outrora general do Grande
Rei, Madoc, invade o palácio e sequestra a filha, para que ela não fosse machucada.
Agora, Jude está entre seus inimigos, que preparam uma guerra sem precedentes
para tirar a Coroa de Cardan e, consequentemente, a dela. A mortal precisa
descobrir o máximo possível de seus planos, antes de se descoberta, e encontrar
uma forma de ter Cardan novamente ao seu lado. Ela só não tem certeza se será
pelo amor, ou se terá que fazer um acordo com o Rei novamente.
Não é sempre que um livro consegue me levar pela madrugada
pela avidez de ser terminado. Esperar tanto tempo para ler um livro, e
terminá-lo em algumas horas, pode ser tanto gratificante, quanto frustrante.
Amei com todo o meu coração "O Príncipe Cruel" e "O Rei
Perverso", mas não existem palavras no mundo mortal que consigam definir a
magia que foi ler "A Rainha do Nada".
Os sentimentos de Jude nunca foram tão expostos quanto nesse
livro: sua vulnerabilidade, o amor que ela tentou esconder por tanto tempo, o
desejo de ter esse sentimento correspondido e a sua mágoa por ter sido traída
de forma tão brutal. Cardan está a todo momento exposto em seus sentimentos, em
suas ações, e, por consequência, em nossas maiores esperanças.
O primeiro reencontro de Cardan e Jude é rápido, mas nos dá
boas pistas do que realmente pode ter acontecido. Para quem comprou o livro na
pré-venda com brindes, deve ter ficado na dúvida, tanto quanto eu, de qual
seria o momento certo de ler as cartas de Cardan para Jude, quando essa leitura
não seria uma spoiler irremediável, porém, quando as mesmas são citadas no
livro é impossível não parar a leitura e descobrir a exatamente a quais
mensagens o Rei se refere.
A leitura das cartas foi exatamente o que eu precisava para
seguir em frente com o livro sem conseguir parar até a última página. O quanto
eu torci para que Holly Black, que destruiu o meu coração no final de "O
Rei Perverso" trouxesse um sopro de esperança para dois personagens tão
fantásticos e apaixonantes.
Cardan nunca foi uma criança amada, nunca foi um príncipe
realmente querido e se tornou um Rei fantoche durante um tempo. Essas são peças
que poderiam formar um quebra-cabeça totalmente destruído, fadado ao fracasso,
ou a destruição de todo o Reino. A autora deixou bem claro, inclusive está na
contracapa, que ele seria a destruição e a ruína, nos deixando tensos a todo o
momento, nos fazendo torcer, chorar e orar, para qualquer Deus feérico, que o
final fosse diferente que o dá profecia feita ao nascimento do príncipe.
Esse livro é capaz de nos impactar de formas intensas. Holly
Black não economizou em formas de nos surpreender, inserir na sua narrativa
momentos aparentemente irremediáveis, traições que nunca imaginaríamos, além de
aliados improváveis. Porém, o mais marcante, com toda a certeza, é o quanto
Jude teve que enfrentar as suas fraquezas e dúvidas e o quanto Cardan se
mostrou forte e capaz, muito ao contrário do que vimos nos livros anteriores.
Foi gratificante, emocionante e impossível de segurar as lágrimas.
Não estou pronta para aceitar que não terei mais Jude e
Cardan em minha vida (apesar de querer muito saber mais sobre a história de
Cardan em "How the King of Elfhame Learned To Hate Stories"), mas
"A Rainha do Nada" é uma narrativa que não vai deixar tão cedo o meu
coração. Esse livro me levou por histórias incríveis pelo Reino das Fadas e
trouxe um final que nem nos meus mais profundos sonhos poderia ter sido melhor.
A seguir, alguns comentários COM spoilers:
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Ainda está por aqui? Siga por sua conta e risco rsrs
Desde o primeiro livro amei Jude e Cardan. Mesmo com o
príncipe sendo tão mimado, egoísta e cruel, não era possível deixar de notar
sua fragilidade, e suas formas, mesmo que deturpadas, de proteger a
protagonista.
Claro que fiquei chocada com o final de "O Rei
Perverso", mas nunca deixei de ter esperanças de que tudo aquilo, aquela
traição tão amarga, fosse uma forma de proteger Jude. Não poderia ter ficado
mais feliz em estar certa.
A relação deles nesse livro foi tudo o que eu sonhei para
eles e muito, muito, muito mais.
Estou impactada em terminar esse livro, com tantas
reviravoltas, tantos momentos que fizeram meu coração parar (sem saber se
terminaria o livro em prantos), e chegar à última página chorando de
felicidade, vendo Cardan e Jude juntos, como Rei e Rainha, sendo bons para seu
Reino, e, principalmente, um para o outro.
Quanta paixão, quanto amor reprimido espelhado nessas
páginas, só poderia me deixar maravilhada, surpreendida e muito feliz com o
desfecho.
Conhecendo Jude, fiquei muito apreensiva quando Cardan
estava amaldiçoado e ela poderia tê-lo ao seu lado, sob o seu domínio para
sempre. Mas, ao invés do Rei, ela teria em sua vida a serpente em que ele havia
se transformado, sem nunca o libertar realmente daquele destino.
Holly Black conseguiu me fazer derramar lágrimas de
antecipação, só imaginando que eu terminaria o livro sofrendo, que Cardan
morreria, ou viveria para sempre naquele estado amaldiçoado, que talvez Jude
morreria com ele...
Mas, é tão maravilhoso quando o pessimismo não é
recompensado. Quase não consegui dormir só pensando nessa história e o quanto
foi incrível passar essas horas descobrindo o seu final.
Agora, só queria ter lido mais devagar, para que o livro ainda não tivesse chegado ao seu fim, mas isso seria tão impossível quanto tentar tirar Jude e Cardan do meu coração... até parece uma magia do Reino das Fadas.
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