A Rainha do Nada

| 26 dezembro 2020 |


Autora: Holly Black
Editora: Galera Record
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Livros anteriores: O Príncipe Cruel | O Rei Perverso

Exilada do Reino das Fadas, Jude encontra sua chance de retornar a Elfhame quando sua irmã, Taryn, a visita no mundo dos mortais pedindo a sua ajuda. Mortais podem mentir, mas não quando encantados por feéricos, e a irmã gêmea de Jude não pode confessar que matou o marido e sofrer as consequências, principalmente agora que esperava um filho.

Jude, ainda com a magia de proteção de Dain funcionando, volta para o Reino das Fadas para passar pelo julgamento no lugar de sua irmã gêmea, porém, o Grande Rei de Elfhame conhecia sua esposa bem demais para ser enganado. Jude se sentia traída por Cardan, que a exilou, porém, o Rei parecia feliz com o seu retorno, mas eles não tiveram muito tempo.

Para salvar "Taryn", o outrora general do Grande Rei, Madoc, invade o palácio e sequestra a filha, para que ela não fosse machucada. Agora, Jude está entre seus inimigos, que preparam uma guerra sem precedentes para tirar a Coroa de Cardan e, consequentemente, a dela. A mortal precisa descobrir o máximo possível de seus planos, antes de se descoberta, e encontrar uma forma de ter Cardan novamente ao seu lado. Ela só não tem certeza se será pelo amor, ou se terá que fazer um acordo com o Rei novamente.

Não é sempre que um livro consegue me levar pela madrugada pela avidez de ser terminado. Esperar tanto tempo para ler um livro, e terminá-lo em algumas horas, pode ser tanto gratificante, quanto frustrante. Amei com todo o meu coração "O Príncipe Cruel" e "O Rei Perverso", mas não existem palavras no mundo mortal que consigam definir a magia que foi ler "A Rainha do Nada".

Os sentimentos de Jude nunca foram tão expostos quanto nesse livro: sua vulnerabilidade, o amor que ela tentou esconder por tanto tempo, o desejo de ter esse sentimento correspondido e a sua mágoa por ter sido traída de forma tão brutal. Cardan está a todo momento exposto em seus sentimentos, em suas ações, e, por consequência, em nossas maiores esperanças.

O primeiro reencontro de Cardan e Jude é rápido, mas nos dá boas pistas do que realmente pode ter acontecido. Para quem comprou o livro na pré-venda com brindes, deve ter ficado na dúvida, tanto quanto eu, de qual seria o momento certo de ler as cartas de Cardan para Jude, quando essa leitura não seria uma spoiler irremediável, porém, quando as mesmas são citadas no livro é impossível não parar a leitura e descobrir a exatamente a quais mensagens o Rei se refere.

A leitura das cartas foi exatamente o que eu precisava para seguir em frente com o livro sem conseguir parar até a última página. O quanto eu torci para que Holly Black, que destruiu o meu coração no final de "O Rei Perverso" trouxesse um sopro de esperança para dois personagens tão fantásticos e apaixonantes.

Cardan nunca foi uma criança amada, nunca foi um príncipe realmente querido e se tornou um Rei fantoche durante um tempo. Essas são peças que poderiam formar um quebra-cabeça totalmente destruído, fadado ao fracasso, ou a destruição de todo o Reino. A autora deixou bem claro, inclusive está na contracapa, que ele seria a destruição e a ruína, nos deixando tensos a todo o momento, nos fazendo torcer, chorar e orar, para qualquer Deus feérico, que o final fosse diferente que o dá profecia feita ao nascimento do príncipe.

Esse livro é capaz de nos impactar de formas intensas. Holly Black não economizou em formas de nos surpreender, inserir na sua narrativa momentos aparentemente irremediáveis, traições que nunca imaginaríamos, além de aliados improváveis. Porém, o mais marcante, com toda a certeza, é o quanto Jude teve que enfrentar as suas fraquezas e dúvidas e o quanto Cardan se mostrou forte e capaz, muito ao contrário do que vimos nos livros anteriores. Foi gratificante, emocionante e impossível de segurar as lágrimas.

Não estou pronta para aceitar que não terei mais Jude e Cardan em minha vida (apesar de querer muito saber mais sobre a história de Cardan em "How the King of Elfhame Learned To Hate Stories"), mas "A Rainha do Nada" é uma narrativa que não vai deixar tão cedo o meu coração. Esse livro me levou por histórias incríveis pelo Reino das Fadas e trouxe um final que nem nos meus mais profundos sonhos poderia ter sido melhor.

 

A seguir, alguns comentários COM spoilers:

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Desde o primeiro livro amei Jude e Cardan. Mesmo com o príncipe sendo tão mimado, egoísta e cruel, não era possível deixar de notar sua fragilidade, e suas formas, mesmo que deturpadas, de proteger a protagonista.

Claro que fiquei chocada com o final de "O Rei Perverso", mas nunca deixei de ter esperanças de que tudo aquilo, aquela traição tão amarga, fosse uma forma de proteger Jude. Não poderia ter ficado mais feliz em estar certa.

A relação deles nesse livro foi tudo o que eu sonhei para eles e muito, muito, muito mais.

Estou impactada em terminar esse livro, com tantas reviravoltas, tantos momentos que fizeram meu coração parar (sem saber se terminaria o livro em prantos), e chegar à última página chorando de felicidade, vendo Cardan e Jude juntos, como Rei e Rainha, sendo bons para seu Reino, e, principalmente, um para o outro.

Quanta paixão, quanto amor reprimido espelhado nessas páginas, só poderia me deixar maravilhada, surpreendida e muito feliz com o desfecho.

Conhecendo Jude, fiquei muito apreensiva quando Cardan estava amaldiçoado e ela poderia tê-lo ao seu lado, sob o seu domínio para sempre. Mas, ao invés do Rei, ela teria em sua vida a serpente em que ele havia se transformado, sem nunca o libertar realmente daquele destino.

Holly Black conseguiu me fazer derramar lágrimas de antecipação, só imaginando que eu terminaria o livro sofrendo, que Cardan morreria, ou viveria para sempre naquele estado amaldiçoado, que talvez Jude morreria com ele...

Mas, é tão maravilhoso quando o pessimismo não é recompensado. Quase não consegui dormir só pensando nessa história e o quanto foi incrível passar essas horas descobrindo o seu final.

Agora, só queria ter lido mais devagar, para que o livro ainda não tivesse chegado ao seu fim, mas isso seria tão impossível quanto tentar tirar Jude e Cardan do meu coração... até parece uma magia do Reino das Fadas.

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