Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
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Livro anterior: A Rainha Vermelha
Após o assassinato do Rei, Mare e Cal são fugitivos.
Resgatados pela Guarda Escarlate, ambos têm um objetivo em comum: matar o Rei
Maven e a Rainha Elara. Maven havia enganado e destruído o coração de ambos.
Confiar em alguém, por mais próximo que seja, seria impossível. Cal e Mare
seriam duas espadas, prontas para alcançarem o seu objetivo, porém, quando a
espada é de vidro, pode se estilhaçar a qualquer momento.
O final do primeiro livro da série "A Rainha
Vermelha" é intenso e desesperador, mas não nos prepara o suficiente para
tantos acontecimentos incríveis e para os sentimentos que nos esperam nessa
continuação.
O mundo que conhecemos no primeiro livro está de cabeça para
baixo, tudo graças a uma vermelha com poderes, porém, Mare não é a única com
essa anomalia no seu sangue. Encontrar outros como ela, vermelhos com poderes
especiais, poderia fazer toda a diferença nessa guerra onde vermelhos morriam
há tantos anos. Apesar de sentir o coração endurecido, pelo menos esse objetivo
poderia continuar a mantendo de pé, pois ela se sentia mais sozinha do que
nunca.
Enquanto a alma de Mare desaba, Cal parece seguir um caminho
muito semelhante, tendo apenas a outrora quase princesa para se apoiar. De um
dia para o outro, ele passou de um grande general, de um príncipe herdeiro,
para um prisioneiro. Mesmo após ser libertado, ele ainda estava perdido em meio
aqueles que não tinham o seu sangue, que não o consideravam um amigo, talvez
apenas uma arma a ser usada no momento certo.
Acompanhar a trajetória de Mare e Cal nesse livro é de
partir o coração. Toda a traição de Maven no primeiro livro culminou em
sentimentos totalmente sombrios para os leitores: a tristeza e a desolação nos
acompanham do começo ao fim.
Não temos como estar na cabeça de Mare, conhecer os seus
pensamentos, as suas "boas intenções" e não perceber o quanto ela
está errando, mesmo tentando acertar, o quanto ela está se isolando, mesmo
apenas tentando proteger aqueles que ama, o quanto ela está cometendo os mesmos
erros daqueles que estão no poder, a quem ela tanto despreza, quando também
começa a definir aqueles que merecem ou não salvação.
Não esquecemos em momento algum uma frase muito dita no
livro anterior: "todo mundo pode trair todo mundo", o que torna tudo
muito mais difícil. Mare dificulta as coisas para ela mesma em vários momentos,
mas, depois de ter o seu coração tão ferido, é impossível confiar cegamente em
qualquer um, e nós compreendemos muito bem, pois é um baque gigantesco
acompanhar, ao final do primeiro livro, a capacidade manipuladora de Maven, e a
maldade que ele guarda dentro de si.
É incrível conhecer um pouco mais sobre a Guarda Escarlate e
entender a sua estrutura de comando, por mais que nem tudo tenha sido
completamente esclarecido. Ver a família de Mare segura também é um alívio,
porém, essa é uma sensação que pode ser totalmente destruída em algumas
páginas.
É triste e intenso ver Cal perdido em um mundo que não é o
dele, mas tentando encontrar um lugar e uma forma de agir, e ver Mare lutando
para seguir em frente e fazer o que ela acha que é certo, enquanto sentem falta
de um irmão e um amigo que ambos julgavam ter. Irmão e amigo que não mede
esforços para chegar a ambos, cometendo as atrocidades que forem necessárias
para atingi-los.
Que livro intenso e cruel! Victoria Aveyard é uma autora que
não tem pena dos seus personagens, e muito menos dos seus leitores. Nos fazer
sofrer deve ser a primeira linha de sua lista ao começar a escrever um novo
livro.
"Espada de Vidro" é uma obra maravilhosa, intensa,
cheia de reviravoltas e com protagonistas humanos, que comentem muitos erros,
que podem agir de forma violenta, e até mesmo cruel, mas que não conseguimos
deixar de compreender suas atitudes, por mais revoltantes que possam ser. É
impossível parar de ler antes de chegar à última página, que tem um final ainda
mais desesperador que o livro anterior... não sei o quanto mais meu coração
aguenta.
A seguir, alguns comentários COM
spoilers:
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Que vontade de chorar ao terminar esse livro! Os sentimentos
aqui são todos tão intensos, tão tristes, que é impossível não terminar o livro
assim.
O relacionamento de Mare e Cal, durante todo o livro, é tão
permeado por dúvidas, um desconfiando das reais intenções do outro, e com a cor
do sangue de ambos criando uma parede que nunca foi quebrada, mesmo que o amor
esteja ali, para quem quiser ver, parece que a felicidade nunca vai alcançar
aqueles corações tão feridos. Como foi triste acompanhar seu relacionamento
nesse livro.
E, depois de tantas páginas tão desesperadoras, a Rainha
Elara finalmente está morta. Talvez essa fosse a oportunidade perfeita para
Maven clarear seus pensamentos, pensar por si novamente, entender tudo o que
ele fez de errado... Mas, a morte da mãe só serviu para o novo Rei voltar ainda
mais cruel.
Seus atos realmente nos machucam porque, é impossível não
simpatizar, não amar o garoto gentil que ele finge ser no primeiro livro e,
assim como Mare, todos sentimos falta daquele Maven que conhecemos.
Terminar o livro sabendo que Mare está novamente em suas garras, sem saber o destino dela e de outros personagens que aprendemos a amar, não tem como não sentir vontade de chorar...
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