Espada de Vidro

| 16 janeiro 2021 |


Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
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Livro anterior: A Rainha Vermelha

Após o assassinato do Rei, Mare e Cal são fugitivos. Resgatados pela Guarda Escarlate, ambos têm um objetivo em comum: matar o Rei Maven e a Rainha Elara. Maven havia enganado e destruído o coração de ambos. Confiar em alguém, por mais próximo que seja, seria impossível. Cal e Mare seriam duas espadas, prontas para alcançarem o seu objetivo, porém, quando a espada é de vidro, pode se estilhaçar a qualquer momento.

O final do primeiro livro da série "A Rainha Vermelha" é intenso e desesperador, mas não nos prepara o suficiente para tantos acontecimentos incríveis e para os sentimentos que nos esperam nessa continuação.

O mundo que conhecemos no primeiro livro está de cabeça para baixo, tudo graças a uma vermelha com poderes, porém, Mare não é a única com essa anomalia no seu sangue. Encontrar outros como ela, vermelhos com poderes especiais, poderia fazer toda a diferença nessa guerra onde vermelhos morriam há tantos anos. Apesar de sentir o coração endurecido, pelo menos esse objetivo poderia continuar a mantendo de pé, pois ela se sentia mais sozinha do que nunca.

Enquanto a alma de Mare desaba, Cal parece seguir um caminho muito semelhante, tendo apenas a outrora quase princesa para se apoiar. De um dia para o outro, ele passou de um grande general, de um príncipe herdeiro, para um prisioneiro. Mesmo após ser libertado, ele ainda estava perdido em meio aqueles que não tinham o seu sangue, que não o consideravam um amigo, talvez apenas uma arma a ser usada no momento certo.

Acompanhar a trajetória de Mare e Cal nesse livro é de partir o coração. Toda a traição de Maven no primeiro livro culminou em sentimentos totalmente sombrios para os leitores: a tristeza e a desolação nos acompanham do começo ao fim.

Não temos como estar na cabeça de Mare, conhecer os seus pensamentos, as suas "boas intenções" e não perceber o quanto ela está errando, mesmo tentando acertar, o quanto ela está se isolando, mesmo apenas tentando proteger aqueles que ama, o quanto ela está cometendo os mesmos erros daqueles que estão no poder, a quem ela tanto despreza, quando também começa a definir aqueles que merecem ou não salvação.

Não esquecemos em momento algum uma frase muito dita no livro anterior: "todo mundo pode trair todo mundo", o que torna tudo muito mais difícil. Mare dificulta as coisas para ela mesma em vários momentos, mas, depois de ter o seu coração tão ferido, é impossível confiar cegamente em qualquer um, e nós compreendemos muito bem, pois é um baque gigantesco acompanhar, ao final do primeiro livro, a capacidade manipuladora de Maven, e a maldade que ele guarda dentro de si.

É incrível conhecer um pouco mais sobre a Guarda Escarlate e entender a sua estrutura de comando, por mais que nem tudo tenha sido completamente esclarecido. Ver a família de Mare segura também é um alívio, porém, essa é uma sensação que pode ser totalmente destruída em algumas páginas.

É triste e intenso ver Cal perdido em um mundo que não é o dele, mas tentando encontrar um lugar e uma forma de agir, e ver Mare lutando para seguir em frente e fazer o que ela acha que é certo, enquanto sentem falta de um irmão e um amigo que ambos julgavam ter. Irmão e amigo que não mede esforços para chegar a ambos, cometendo as atrocidades que forem necessárias para atingi-los.

Que livro intenso e cruel! Victoria Aveyard é uma autora que não tem pena dos seus personagens, e muito menos dos seus leitores. Nos fazer sofrer deve ser a primeira linha de sua lista ao começar a escrever um novo livro.

"Espada de Vidro" é uma obra maravilhosa, intensa, cheia de reviravoltas e com protagonistas humanos, que comentem muitos erros, que podem agir de forma violenta, e até mesmo cruel, mas que não conseguimos deixar de compreender suas atitudes, por mais revoltantes que possam ser. É impossível parar de ler antes de chegar à última página, que tem um final ainda mais desesperador que o livro anterior... não sei o quanto mais meu coração aguenta.

A seguir, alguns comentários COM spoilers:

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Que vontade de chorar ao terminar esse livro! Os sentimentos aqui são todos tão intensos, tão tristes, que é impossível não terminar o livro assim.

O relacionamento de Mare e Cal, durante todo o livro, é tão permeado por dúvidas, um desconfiando das reais intenções do outro, e com a cor do sangue de ambos criando uma parede que nunca foi quebrada, mesmo que o amor esteja ali, para quem quiser ver, parece que a felicidade nunca vai alcançar aqueles corações tão feridos. Como foi triste acompanhar seu relacionamento nesse livro.

E, depois de tantas páginas tão desesperadoras, a Rainha Elara finalmente está morta. Talvez essa fosse a oportunidade perfeita para Maven clarear seus pensamentos, pensar por si novamente, entender tudo o que ele fez de errado... Mas, a morte da mãe só serviu para o novo Rei voltar ainda mais cruel.

Seus atos realmente nos machucam porque, é impossível não simpatizar, não amar o garoto gentil que ele finge ser no primeiro livro e, assim como Mare, todos sentimos falta daquele Maven que conhecemos.

Terminar o livro sabendo que Mare está novamente em suas garras, sem saber o destino dela e de outros personagens que aprendemos a amar, não tem como não sentir vontade de chorar...

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