Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
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Livros anteriores: O Duque e Eu | O Visconde que me Amava
Ser a filha bastarda de um membro da sociedade britânica
nunca trouxe nenhum benefício a Sophie, muito menos após a morte de seu pai.
Por mais que o homem nunca a tenha reconhecido como filha, quando vivo,
proporcionou uma boa vida a menina. Sua madrasta, por outro lado, a tratava
como uma escrava, privilegiando as filhas do primeiro casamento e tratando a
enteada com ódio e desprezo.
Sophie sabia que aquela era a sua vida, mas em uma noite
tudo poderia mudar. Quase como uma Cinderela, que deve deixar o baile à meia-noite,
Sophie compareceu ao baile de máscaras da família Bridgerton e conheceu aquele
que seria o dono de seus sonhos e pensamentos por muitos anos: Benedict
Bridgerton.
Para Benedict, ele só era visto pela sociedade como mais um
Bridgerton, o número dois, sem nada de especial, mas uma mulher misteriosa
poderia mudar tudo. Ele não sabia seu nome, não tinha visto seu rosto, mas
sabia que ela realmente o enxergava, via a sua alma, não apenas mais um filho
de uma família grande e importante.
Sophie precisou deixar a festa, para que a madrasta não
percebesse a sua fuga, mesmo que por uma noite, daquela vida miserável. Após
anos, tanto Sophie quanto Benedict se lembravam daquela noite especial, porém,
quando se reencontram, ele não reconhece a mulher sem rosto dos seus sonhos,
alguém que deveria ser uma nobre, mas se encanta por aquela empregada que
também parecia enxergar algo dentro dele, muito mais do que qualquer outra
pessoa, quase como a dama misteriosa que nunca deixou os seus pensamentos.
Não tivemos a oportunidade de conhecer o segundo filho da
família Bridgerton tão bem nos dois primeiros livros. Até esse momento (que
Benedict me perdoe), mas ele era realmente apenas o número dois, aquele sem
nada em especial. Ainda bem que eu estava muito enganada. Julia Quinn guardou
direitinho todos os seus encantos para esse livro.
Amei que a autora tenha trazido um ar de contos de fadas
para essa obra. Uma releitura incrível de Cinderela, mas com muito mais paixão
e com ênfase no quanto as diferenças sociais poderiam trazer de transtornos
para um casal nessa época.
Sabendo que a sociedade nunca os aceitaria, e querendo ter
Sophie em sua vida, a primeira proposta de Benedict foi para que ela se
tornasse sua amante. Talvez essa seja a proposta mais ultrajante na série até
agora, principalmente quando Sophie é coagida, não exatamente para se tornar
sua amante, mas para vir com ele até a casa de sua família para trabalhar. No
fundo, seu sentimento de proteção perante uma mulher sozinha no mundo, que
sabia dos perigos que alguém como ela poderia enfrentar, não deixa de ser algo
romântico e a primeira pista de um sentimento que nem mesmo o segundo filho da
família Bridgerton sabia que estava ali.
Gostei muito desse livro abranger com mais ênfase o lado
feminino da família protagonista. Conhecemos bem Daphne no livro "O Duque
e Eu", mas agora temos a oportunidade de ver mais a matriarca da família,
nos aprofundar sobre os seus sentimentos, principalmente o tamanho do seu amor
pelos seus filhos e saber um pouco sobre o que se passa na cabeça das duas
filhas mais velhas ainda solteiras de Violet.
Benedict pode não ter feito uma proposta tão cavalheira para
Sophie, a princípio, mas não a nada que o amor não supere, e todos os seus
receios poderiam ser deixados de lado quando ele finalmente encarasse esse
sentimento. Já Sophie, alguém que sofreu tanto na vida, que nunca deixou de
pensar no seu príncipe encantado de uma noite, merecia encontrar a sua
felicidade, após tantas atribulações em sua vida.
Mais um livro encantador! Um romance que fala sobre superar os seus preconceitos, aprender a colocar o amor à frente da opinião alheia e assumir que ser feliz é o que mais importa. Estou apaixonada e mais do que preparada para começar o próximo livro... Que venha meu querido Colin Bridgerton.
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