Autora: Sabaa Tahir
Editora: Verus
Adquira o seu exemplar: Amazon, Americanas, Submarino
Livro anterior: Uma chama entre as cinzas
A quarta eliminatória finalmente chegou ao fim. O instável e
cruel Marcus é o novo Imperador, enquanto Helene é sua Águia de Sangue. Elias e
Laia lutam pela sua sobrevivência enquanto são caçados pelo Império. Laia quer
desesperadamente salvar o irmão da pior prisão do Império, e Elias aceita
ajudá-la em sua missão, e continuaria a ajudando até o seu último suspiro.
Eu, sinceramente, pensei que terminar "Uma chama entre
as cinzas" tinha sido algo intenso e desesperador, mas não podia chegar nem
perto de imaginar o que a autora, Sabaa Tahir, planejava para essa continuação.
Agora, além dos pontos de vista de Elias e Laia, também
podemos acompanhar o sofrimento de Helene em primeira mão. Apesar de ser, em
teoria, a segunda pessoa mais importante do Império, Marcus não quer ouvir seus
conselhos e opiniões, tudo o que importa ao novo Imperador é o sofrimento de
sua Águia de Sangue. Então, que melhor missão ele poderia lhe impor do que
caçar e matar aquele que foi seu melhor amigo e grande amor?
Não é fácil acompanhar a angústia e todas as atribulações de
Helene nesse livro, alguém que cresceu em uma família em que ser fiel ao
Império sempre viria em primeiro lugar. Alguém que sempre colocou a sua
fidelidade acima de qualquer coisa e agora precisava aguentar as acusações,
punições e decisões mesquinhas de um Imperador sem coração, mas que o seu dever
a obrigava a obedecer.
Por torcer muito por Elias e Laia como casal, no primeiro
livro, nunca me apaixonei por Helene como personagem, mas seria impossível que
isso não acontecesse nessa sequência após ver o mundo através de seus olhos,
sofrer e sentir suas dores, desejar que ela se libertasse de suas crenças de
que servir ao Império sempre deveria vir em primeiro lugar, apesar de
compreender suas razões.
Passar pelo o que a personagem passou nesse livro, ser
totalmente quebrada, da pior maneira possível, só me faz querer muito ver a sua
evolução na continuação e finalmente descobrir se a autora fará com que ela
solte os seus grilhões ou se torne a mão que um Imperador tão cruel precisa
para manter o seu domínio.
Protagonizando a outra linha dessa narrativa, temos Elias e
Laia, personagens que eu amei intensamente no primeiro livro, mas me fizeram
sofrer como nunca em sua jornada para libertar o irmão de Laia da prisão.
Libertar Darin não era uma missão apenas para resgatar o
último membro vivo da família da protagonista. Ele possuía um conhecimento que
poderia ajudar os eruditos e mudar completamente o rumo dessa guerra contra os
marciais.
Em um momento em que a comandante parecia querer exterminar
todos os eruditos da face da Terra, a esperança que o irmão de Laia poderia trazer
era sem precedentes. Aliás, temos aqui uma personagem que consegue nos fazer
chegar em todos os níveis possíveis de ódio. Esse é um livro com vários vilões,
ouso dizer com mais vilões do que heróis, porém, não é possível odiar alguém
mais do que a comandante, por mais que outro personagem (ainda com muito para
compreendermos dele) chegue bem perto.
No primeiro livro temos uma primeira visão do mundo
sobrenatural criado pela autora, algo que inunda as páginas dessa sequência de
modo mágico, profundo e assustador. Poderes desconhecidos começam a surgir,
personagens misteriosos têm alguns de seus segredos revelados e alguém muito
importante na história renasce como algo que espero que possamos compreender
melhor nos próximos livros da série.
"Uma tocha na escuridão" não é só mais um livro de
fantasia, é uma narrativa épica. Temos elementos fantásticos, mas temos muito
da natureza humana, seja saudade, coragem, vingança, remorso, ganância,
traição, tristeza e, é claro, amor. Com um final, se não tão tenso quanto o do
livro anterior, tão grandioso quanto, para nos fazer desejar, como Laia desejou
encontrar o seu irmão, saber o que vai acontecer com personagens tão incríveis.
Acredito que nem os adivinhos saibam a resposta para isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário