Uma tocha na escuridão

| 09 março 2021 |


Autora: Sabaa Tahir
Editora: Verus
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Livro anterior: Uma chama entre as cinzas

A quarta eliminatória finalmente chegou ao fim. O instável e cruel Marcus é o novo Imperador, enquanto Helene é sua Águia de Sangue. Elias e Laia lutam pela sua sobrevivência enquanto são caçados pelo Império. Laia quer desesperadamente salvar o irmão da pior prisão do Império, e Elias aceita ajudá-la em sua missão, e continuaria a ajudando até o seu último suspiro.

Eu, sinceramente, pensei que terminar "Uma chama entre as cinzas" tinha sido algo intenso e desesperador, mas não podia chegar nem perto de imaginar o que a autora, Sabaa Tahir, planejava para essa continuação.

Agora, além dos pontos de vista de Elias e Laia, também podemos acompanhar o sofrimento de Helene em primeira mão. Apesar de ser, em teoria, a segunda pessoa mais importante do Império, Marcus não quer ouvir seus conselhos e opiniões, tudo o que importa ao novo Imperador é o sofrimento de sua Águia de Sangue. Então, que melhor missão ele poderia lhe impor do que caçar e matar aquele que foi seu melhor amigo e grande amor?

Não é fácil acompanhar a angústia e todas as atribulações de Helene nesse livro, alguém que cresceu em uma família em que ser fiel ao Império sempre viria em primeiro lugar. Alguém que sempre colocou a sua fidelidade acima de qualquer coisa e agora precisava aguentar as acusações, punições e decisões mesquinhas de um Imperador sem coração, mas que o seu dever a obrigava a obedecer.

Por torcer muito por Elias e Laia como casal, no primeiro livro, nunca me apaixonei por Helene como personagem, mas seria impossível que isso não acontecesse nessa sequência após ver o mundo através de seus olhos, sofrer e sentir suas dores, desejar que ela se libertasse de suas crenças de que servir ao Império sempre deveria vir em primeiro lugar, apesar de compreender suas razões.

Passar pelo o que a personagem passou nesse livro, ser totalmente quebrada, da pior maneira possível, só me faz querer muito ver a sua evolução na continuação e finalmente descobrir se a autora fará com que ela solte os seus grilhões ou se torne a mão que um Imperador tão cruel precisa para manter o seu domínio.

Protagonizando a outra linha dessa narrativa, temos Elias e Laia, personagens que eu amei intensamente no primeiro livro, mas me fizeram sofrer como nunca em sua jornada para libertar o irmão de Laia da prisão.

Libertar Darin não era uma missão apenas para resgatar o último membro vivo da família da protagonista. Ele possuía um conhecimento que poderia ajudar os eruditos e mudar completamente o rumo dessa guerra contra os marciais.

Em um momento em que a comandante parecia querer exterminar todos os eruditos da face da Terra, a esperança que o irmão de Laia poderia trazer era sem precedentes. Aliás, temos aqui uma personagem que consegue nos fazer chegar em todos os níveis possíveis de ódio. Esse é um livro com vários vilões, ouso dizer com mais vilões do que heróis, porém, não é possível odiar alguém mais do que a comandante, por mais que outro personagem (ainda com muito para compreendermos dele) chegue bem perto.

No primeiro livro temos uma primeira visão do mundo sobrenatural criado pela autora, algo que inunda as páginas dessa sequência de modo mágico, profundo e assustador. Poderes desconhecidos começam a surgir, personagens misteriosos têm alguns de seus segredos revelados e alguém muito importante na história renasce como algo que espero que possamos compreender melhor nos próximos livros da série.

"Uma tocha na escuridão" não é só mais um livro de fantasia, é uma narrativa épica. Temos elementos fantásticos, mas temos muito da natureza humana, seja saudade, coragem, vingança, remorso, ganância, traição, tristeza e, é claro, amor. Com um final, se não tão tenso quanto o do livro anterior, tão grandioso quanto, para nos fazer desejar, como Laia desejou encontrar o seu irmão, saber o que vai acontecer com personagens tão incríveis.

Acredito que nem os adivinhos saibam a resposta para isso.

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