Autora: Sabaa Tahir
Editora: Verus
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Livros anteriores: Uma chama entre as cinzas | Uma tocha na escuridão
Elias, Laia e Helene estão lutando batalhas distintas, mas
todas com um mesmo propósito: salvar os eruditos, o império e deter o Portador
da Noite.
Laia e Darin, com a ajuda de Elias, tentam libertar os
eruditos presos pelos marciais, porém, o novo Apanhador de Almas tem cada vez
mais dificuldades em deixar o Lugar da Espera para ajudar seus amigos. Ele deve
se livrar de toda a sua humanidade, de todos os seus sentimentos para fazer o
trabalho que lhe foi designado. Passar os fantasmas adiante era sua obrigação,
e não desempenhar corretamente com o seu dever poderia ser a destruição de todo
o mundo.
Helene luta contra uma guerra iminente, enquanto lida com um
Imperador assombrado pelo fantasma do irmão, protege a própria irmã, que
carrega no ventre a única esperança de um futuro e tem que descobrir uma forma
de finalmente derrotar a comandante, que fica cada vez mais forte.
Que livro desesperador! Os dois primeiros livros são
incríveis, fantásticos, em vários momentos temos sopros de esperança, planos
que funcionam conforme os protagonistas planejaram, o que acalenta um pouco
nossos corações, algo que não acontece no terceiro livro da série.
Os poucos momentos de esperança, vitória, logo são sobrepujados.
Todos os planos, aparentemente perfeitos, são derrotados de forma
surpreendente. Nossos protagonistas realmente enfrentam seus destinos de forma
cruel, tentando fazer o que é certo, salvar quem precisa de ajuda, porém a
autora, Sabaa Tahir, sacou a sua cimitarra para atacar nossos corações a cada
página.
Se esse livro tem muito sangue derramado, muito dele veio
dos corações de quem estava lendo.
Laia sabe muito bem o que ela deve fazer: impedir que o
Portador da Noite consiga o último pedaço da estrela e liberte os djinns. Essa
é a sua missão, mas ver o seu povo sofrendo não é algo que ela consiga assistir
e seguir em frente. Nesse livro, a filha da Leoa realmente assume o seu
destino, mostra que, por mais que não queira, pode realmente ser uma líder.
Alguém que coloca seu povo à frente de qualquer outra coisa,
que se separa do irmão, que ela tanto lutou para salvar, para fazer o que é
certo. Isso mostra a força, o caráter e o amor do coração de alguém que sabe o
que é justo, mesmo que já tenha sido tão ferida pela vida.
No Lugar da Espera, encontramos Elias tentando fazer o que é
certo para seu povo, seus amigos e para os fantasmas, porém, ele precisa
escolher um lado, ou então nenhuma de suas missões seria bem-sucedida. Vê-lo
vestir novamente sua máscara (não literalmente), mas encontrando dentro dele
aquele espírito de guerreiro impiedoso, foi cruel, mas necessário.
Elias tem nas suas mãos talvez a mais importante das
missões. Cuidar dos fantasmas não apenas protegeria seus amigos dessa ameaça,
mas todo o mundo, por muitas gerações. Mas, diferente de Laia, Elias não
consegue realmente colocar o seu dever à frente das pessoas com quem ele tanto
se importa, muito menos a frente da mulher que ele ama.
Por último temos a Águia de Sangue. É desesperador vê-la
tentar fazer o que é certo, manter o império conforme deve ser, com um
Imperador enlouquecido sendo assombrado pelo irmão, enquanto é apunhalada de
todos os lados, pelos planos maquiavélicos da comandante.
É intenso e angustiante não saber o que Keris Ventura fará a
seguir. A única vitória real de Helene sobre a comandante não consegue diminuir
o desespero que sentimos. Não saber suas reais intenções, conhecendo o seu
poder de manipulação, e seu poder real, vindo do Portador da Noite, só pode nos
deixar ainda mais tensos do que virá a seguir, de como será a sua vingança,
quais seus reais objetivos e o principal: até onde ela estaria disposta a ir
para alcançá-los.
"Um assassino nos portões" não é uma narrativa
fácil de se ler. É intensa, incrível, fantástica, supera os outros livros sem
nenhuma dúvida, mas não traz nenhum tipo de acalento ao coração de quem está
lendo. Um livro desesperador para quem ama Elias, Laia e Helene e espera suas
vitórias, ou a sua união. Preciso, mais do que tudo, do próximo livro, o último
da série.
E espero que esse seja bonzinho com essa leitora que torce
por um final feliz.
A seguir, alguns comentários COM spoilers:
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Ainda está por aqui? Siga por sua conta e risco rsrs
O QUE É ESSE LIVRO?????
Estou desesperada com esse final tão cruel, sem esperança...
(Não que todo o livro não tenha sido assim)
Sabaa Tahir devia estar com muita raiva de Elias, Laia e
Helene ao escrever essa narrativa, ou com uma vontade enorme de fazer seus
leitores sofrerem.
Helene não era minha personagem favorita no primeiro livro (torcer
muito por Elias e Laia teve suas consequências), porém, quando ela também
começou a narrar a história, quando vi sua força e objetivos, seu sofrimento,
foi impossível que ela não entrasse em meu coração, mas ela precisava sofrer
tanto assim?
Alguém tão importante para o Império, com a cabeça no lugar,
que faz aquilo que ela acredita ser o certo, mas totalmente sobrepujada por
alguém tão vil a cada momento. Aquele final, minha nossa, ela entregando sua
máscara para o Portador da Noite, sozinha, com seu exército aniquilado, eu
realmente achei que ela fosse morrer.
E, quando ela tem a chance de encontrar um pequeno bálsamo,
um sopro de amor e felicidade, a Águia de Sangue se recusa a ter essa chance,
colocando sempre seu dever em primeiro lugar.
Realmente, a única coisa boa e esperançosa desse livro é o
filho do Imperador ter sobrevivido, o que eu realmente achei que não fosse
acontecer. Talvez a autora tenha tido um momento de misericórdia ao escrever
essa cena.
Faz muito tempo que eu não odiava tanto uma personagem
quanto Keris Veturia. Realmente, eu poderia ter entrado no livro e torcido o
seu pescoço (se isso fosse possível). É muito frustrante, triste, nos enche de
raiva ver a vilã ganhando tantas vezes seguidas... Odiar é um sentimento muito
ruim, mas não posso negar que senti isso nesse livro.
Agora, descobrir que a cozinheira é a mãe de Laia e Darin,
descobrir que ela matou o pai e a irmã mais velha de ambos e, sem uma conversa
realmente franca, sem ela reencontrar Darin, a Leoa ser morta, foi a facada final
no meu coração.
Não a facada final mesmo, porque ainda temos Elias
totalmente dominado pelo Mauth, com todas as suas ações sob o controle desse
ser superior, e todas as suas emoções reprimidas, gritando dentro dele por
liberdade, mas contidas de forma insuperável.
Agora, Laia não conseguiu deter o Portador da Noite, Elias não é mais ele mesmo, Helene é praticamente uma foragida, pois Keris assumiu como Imperatriz, e o Portador da Noite libertou os djinns... É desespero que chama?
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