Autora: Christine Féret-Fleury
Editora: Valentina
Adquira o seu exemplar: Americanas, Submarino
Juliette é uma leitora, mas, muito além disso, é uma
observadora de outros leitores. Ela não sabe seus nomes, o que as pessoas fazem
de suas vidas, mas aqueles que leem no metrô têm toda uma história criada na
cabeça de Juliette, ou uma série de dúvidas que ela gostaria de desvendar,
somente com base nos livros que cada um leva consigo.
Trabalhar em uma imobiliária deveria ter sido uma
oportunidade da garota ter contato constante com outras pessoas, conhecer
outras vidas e encontrar o lugar perfeito para viverem, porém, seu sonho foi
transformado em uma rotina de escritório e papéis sem vida.
Mal ela poderia imaginar que seguir uma garotinha para
dentro de seu lar mudaria a sua vida. O pai, Soliman, parece ser um homem excêntrico,
com sonhos distantes e um ofício muito peculiar: Ele ajuda as pessoas a
encontrarem seus livros perfeitos.
Não importa que seja preciso seguir alguém para conhecê-lo
melhor, o que importa é entender exatamente de qual título aquela pessoa
precisa, o que pode realmente mudar a sua vida.
Quando Juliette embarca nesse trabalho, sua vida, e de
muitas pessoas ao seu redor, mudariam para sempre.
Confesso que, quando o livro foi lançado, ao ter acesso a
sinopse e a trama do livro em si, fiquei muito animada para ler. Era, afinal de
contas, a história de uma leitora, apaixonada por esse universo, que abandona
tudo para que sua vida ficasse ainda mais perto das letras. Achei que me
identificaria com a personagem de forma surreal, mas não temos os mesmos gostos
literários, então essa conexão não aconteceu.
O livro é muito bem escrito, com diversas referências,
muitas descrições aprofundadas, que, eu tenho certeza, vão encantar leitores
que gostam dos livros citados, mas não é o meu caso.
Livros mais conhecidos como obras para críticos literários,
ou clássicos, não são exatamente os que me atraem, e é exatamente onde essa
obra se encaixa. Gosto mesmo são de best-sellers, histórias de amor,
fantasia...
O que quero expressar aqui é que o livro, com certeza, é
muito bom para o seu público-alvo, pessoas que gostam desse tipo de leitura,
livros mais complexos, detalhados, que lidam mais com uma análise interior do
personagem principal, sem grandes histórias de amor (o que eu realmente esperei
por um momento), ou finais que nos deixam suspirando de felicidade, ou
arrasados pelo desfecho.
Aqui temos uma história mais cotidiana, que poderia acontecer
com seu vizinho, ou até mesmo com você. Com as tragédias normais da vida e sem
a garantia de um final épico e feliz. Ou, mesmo que o final não seja feliz,
ainda assim épico.
De qualquer forma, fico feliz em ter lido. Não é o meu tipo de livro, mas prefiro descobrir isso lendo, pois não me arrependo dos livros que li, só daqueles que ainda não passaram pelas minhas mãos (mesmo que seja apenas para descobrir que o livro não faz o meu tipo).
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