Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Adquira o seu exemplar: Submarino, Americanas
Livros anteriores: A Rainha Vermelha | Espada de Vidro | A Prisão do Rei
Um Reino em Guerra dentro e fora de suas fronteiras. Reis e
governantes buscando os seus ideais. Um amor que pode não sobreviver a
distância que o sangue lhes impõe. Em quem se pode confiar, quando todo mundo
pode trair todo mundo?
Não sei nem se respirar fundo é o suficiente para conseguir
começar a falar desse livro. Me apaixonei perdidamente pela escrita de Victoria
Aveyard em "A Rainha Vermelha", mas não imaginaria o quanto esses
personagens poderiam mudar e evoluir, nos chocar e decepcionar, fazerem tantas
escolhas que partiriam nossos corações ou nos dariam esperanças.
Após o final intenso de "A Prisão do Rei", Cal
sucumbe novamente a possibilidade de ter a coroa de seu pai em sua cabeça,
mesmo que isso signifique aceitar Evangeline Samos como sua Rainha. Mais uma
vez ele não escolhe Mare e seu amor pela vermelha. Isso pode ser cruel e
inaceitável no final do terceiro livro, porém, mais do que nunca, vemos Cal
como um verdadeiro Rei, alguém que coloca seu povo em primeiro lugar, que pensa
estar fazendo a melhor escolha para todos, mesmo que seja a pior para o seu
coração.
Não nego que senti muita raiva de, mais uma vez, ele não
escolher Mare, ficar ao lado da avó e da coroa que a família prateada lhe
oferecia, mas ter capítulos narrados de seu ponto de vista e acompanhar o seu
sofrimento foi exatamente como ler o ponto de vista de Evangeline. É impossível
estar dentro da mente e do coração de uma pessoa e não se compadecer das suas
dores, não sentir as suas perdas e não entender os seus motivos.
E isso, nesse livro, é mais do que incrível, principalmente
quando tratamos do Calore mais jovem, Maven.
Estar na sua cabeça é cruel. Nós sabemos que ele poderia
realmente ser o garoto que achávamos existir no primeiro livro, um irmão
amável, um amigo compreensível, um amor delicado e perfeito, se não fosse pela
destruição que a própria mãe causou em sua mente.
Acompanhar Maven nesse livro, principalmente as suas dores,
o seu sofrimento, mesmo conhecendo todas as suas maldades, pecados e crueldade
não impede que nosso coração se parta, principalmente quando sabemos onde toda
aquela maldade o levará. Assim como Cal, mantive por muito tempo a esperança de
que ele tivesse salvação...
Ambos os irmãos, lutando em lados opostos e buscando
conseguir aliados, enquanto tentavam separar aqueles que ficariam ao seu lado apenas
disfarçados de amigos. Uma frase tão dita no primeiro livro, que todos podem se
trair, é tão verdadeira aqui que nos faz desconfiar de cada alfinete que surge
na história.
Claro que não esquecerei de falar da nossa protagonista.
Desta vez, dividindo o palco com tantos outros narradores, mas sempre no
epicentro de todos os fatos importantes, e não poderia ser diferente. Mare é a obsessão de um Rei e o amor de outro,
ambos lutando pela coroa e pora tê-la ao seu lado.
Cal não escolhe ficar com Mare, mas chegamos a um
determinado momento do livro que finalmente entendemos, e a protagonista deixa
isso muito claro, que ela também não escolheu ficar com o verdadeiro herdeiro
do trono de Norta. É muito difícil aceitar, principalmente se tratando de um
livro, que o amor pode não estar acima de tudo, que seus ideais, seu povo, sua
família, ou a cor de seu sangue podem estar acima daquele, ou daquela, que
poderia lhe fazer feliz.
Não é fácil acompanhar as escolhas de Cal e Mare,
principalmente quando as entendemos e sabemos que não seriam os personagens
fortes e incríveis que são se fizessem escolhas diferentes.
O título aqui não mente. Eles estão em Guerra. Só que uma
guerra pode ser lutada com armas, poderes, palavras e até mesmo com o coração,
e aqui temos jogadores que sabem muito bem usar o que estiver a sua disposição
para alcançar seus objetivos.
O final de "Tempestade de Guerra" é triste e
angustiante. Foi um final incrível? Com certeza. Foi perfeito? Depende da sua
definição. A autora conhece o coração dos seus personagens e nem sempre suas
escolhas podem refletir as nossas esperanças.
Me senti um pouco como no final da trilogia "Jogos
Vorazes", onde tudo termina "bem", mas esse não é exatamente o
sentimento que invade o nosso coração ao fechar a última página.
Bom, ainda tenho um livro de contos pela frente. Seja para
acalentar o meu coração, ou aumentar o meu desespero, ainda vou descobrir.
A seguir, alguns comentários COM spoilers:
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Ainda está por aqui? Siga por sua conta e risco
rsrs
Um ponto importante da minha resenha:
Foi um final incrível? Com certeza. Foi perfeito? Depende da
sua definição.
Qual seria a minha definição?
Por mais que acredite que não seria possível outro desfecho,
teria terminado esse livro com um sentimento bem menos triste se Maven não
tivesse morrido.
Não me entenda mal. Ele merecia pagar por tudo o que ele
fez, pelas vidas que tirou, pelas famílias que destruiu, mas ele foi realmente
o responsável por todas essas atrocidades?
Foi quase como ver o fim de Jonathan/Sebastian da série
"Os Instrumentos Mortais". Alguém que não teve escolha, manipulado
por meios externos e que foi obrigado a fazer atrocidades porque alguém que o
corrompeu, destruiu a sua essência, de alguma maneira.
Ver sua morte, principalmente por Mare ser a responsável,
depois de tudo o que ela passou, sabendo o quanto Cal sofreria com aquilo (com
a morte do irmão e por ter sido através das mãos da sua amada), nada poderia
ter destruído mais o meu coração.
Achei incrível o fato de Cal não ser mais Rei e Norta ter
dado o primeiro passo em direção a uma sociedade com prateados, vermelhos e
rubros em pé de igualdade, porém amaria ter visto Cal e Mare juntos no final. Teria
sido um sopro de amor depois de tanta tristeza que esse final carrega.
Claro que temos um vislumbre de que algo possa acontecer,
mas é algo tão pequeno, uma esperança tão diminuta, que não poderia apagar
tanta tristeza.
Amei a série, completamente. Recomendo a todos que querem conhecer personagens incríveis e terem o coração partido, assim como o meu. Nunca neguei que grandes autores sempre nos causam grandes emoções, sejam elas boas ou ruins, e vou levar Victoria Aveyard sempre comigo, mas vou desenhar em minha mente, para os nossos protagonistas, um final um pouco mais feliz. Eles merecem.
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